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Medo da Covid faz curitibanos com AVC ou infarto buscarem atendimento tarde demais
| Foto: Daniel Castellano / SMCS

Com toda a atenção das pessoas voltada para evitar o contágio pela Covid-19, a Secretaria de Saúde de Curitiba alerta para que os sintomas de outras doenças graves como infarto e acidente vascular cerebral (AVC) não sejam ignorados. Em caso de qualquer manifestação dessas enfermidades, as pessoas devem imediatamente ir até uma unidade de saúde ou hospitais, que estão preparados para atender aos pacientes sem risco de contaminação.

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Em live realizada na semana passada no Facebook da Prefeitura, a Secretária de Saúde do município, Márcia Huçulak, explicou que há relatos, em hospitais, de que alguns pacientes estão chegando tardiamente para esses atendimentos, devido ao receio de frequentarem as unidades de saúde por causa do coronavírus. De acordo com a porta-voz, em monitoramento feito em Curitiba em período anterior à Sars-Cov-2, por dia, três pessoas morrem em decorrência de infarto e duas por AVC. Além dos relatos de profissionais de saúde, não há números oficiais que comprovem o aumento dos óbitos neste momento, mas ainda assim, Márcia alerta para os perigos de se negligenciar os sintomas.

“Pacientes com quadro de AVC e infartados estão chegando num estágio avançado às unidades de saúde e hospitais e, infelizmente, num ponto que não há o que ser feito. Tudo isso por medo. Porém, os hospitais estão preparados para esses casos, com medidas de precaução. As pessoas estão tão preocupadas com Covid-19 que se esquecem de outros fatores da saúde”, explicou na ocasião.

Marcelo Kolling, médico da Secretaria Municipal da Saúde, reforça o alerta feito pela secretária.

“O ‘fique em casa’ ainda é nossa recomendação, não queremos que o vírus se espalhe, mas alguns extremos podem acontecer se as pessoas negligenciarem outras situações de saúde. Temos visto casos em que as pessoas, por medo da contaminação, deixaram passar sintomas de alta periculosidade, que podem custar a vida ou causar sequelas para a vida toda”, contou.

O médico explica que em relação às doenças cardiovasculares e cerebrovasculares severas, o infarto e o derrame são o ponto final de um problema. Ou seja, não aparecem ao acaso, aleatoriamente, pois geralmente estão relacionadas à hipertensão arterial, dislipidemia (colesterol alto), tabagismo e diabetes. Idosos, obesos e sedentários precisam ter atenção redobrada aos sintomas, pois são mais vulneráveis. Quando existem manifestações críticas dessas enfermidades, é preciso procurar atendimento médico com urgência.

Poucas horas para agir

“Os casos agudos precisam de atendimento o quanto antes. O recomendado é que quem esteja passando por infarto ou derrame ( AVC), esteja dentro de uma sala de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em no máximo quatro horas depois do início dos sintomas. O cenário ideal e que esse atendimento ocorra em uma hora”, pontuou.

Kolling também lembra que aqueles que já fazem acompanhamento dos sintomas “base” dessas doenças não podem esquecer de seguir com os cuidados por medo da Covid-19.

“Pacientes com hipertensão, diabetes e dislipidemia não podem deixar de lado os cuidados básicos como tomar os remédios prescritos, ou deixar de buscar os remédios nas unidades de saúde. Os tratamentos precisam continuar, assim como é necessário manter a alimentação saudável e fazer exercícios em casa”, detalhou.

Atenção aos sintomas

O médico da Secretaria de Saúde de Curitiba explicou que tanto nos hospitais quanto nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Unidades de Saúde estão sendo feitas triagens do lado de fora para avaliar o caso de cada paciente e que, por isso, os riscos de contaminação são minimizados. Portanto, em caso de sintomas referentes a um infarto ou AVC, é preciso ir com urgência buscar um atendimento.

“A dor típica de um infarto é uma dor toráxica opressiva, no meio do peito. Alguns pacientes falam que é como se um elefante pressionasse o peito, com dor intensa, que pode começar depois de um esforço ou ao acordar, e que não cede depois de alguns minutos em repouso”, detalhou.

Kolling  relata os sinais que não podem ser negligenciados em relação aos indícios de um derrame.

“Assimetria facial, perda da força ou sensibilidade em um ou mais dos membro, incapacidade de raciocinar ou falar, perda de consciência são sinais que não podem ser menosprezados”, finalizou.

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