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| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

O número de motociclistas mortos em acidentes de trânsito em Curitiba superou o de pedestres. Balanço divulgado pela prefeitura nesta quarta-feira (14) mostra que, em 2016, 69 motociclistas ou caronas de motocicletas morreram nas vias da capital. O número é superior ao registro de pedestres (62) e ocupantes de carros (44).

A quantidade de motociclistas que perderam a vida no trânsito de Curitiba em 2016 cresceu 23% em comparação a 2015, quando 56 pessoas com esse perfil morreram na cidade.

A estatística acende sinal de alerta para as autoridades municipais, cientes da necessidade de focar em ações mais específicas para esse público. “Nós trabalhamos com quatro pontos críticos aqui na cidade de Curitiba, que são álcool, velocidade, pedestre e, sobretudo, motociclistas. Hoje, dos quatro pontos focais, a nossa necessidade de investimento maior em educação, engenharia e fiscalização é na modalidade motociclista”, disse Gustavo Garrett, um dos coordenadores do projeto Vida no Trânsito, programa mundial que monitora mortes e acidentes para buscar causas e tentar reduzir lesões e óbitos no trânsito.

As 69 mortes de motociclistas em 2016 representam ainda uma fatia que concentra 35% do total de mortes nas vias e rodovias da cidade no período. Durante todo o ano passado, 196 pessoas foram a óbito no trânsito de Curitiba – onze casos a mais do que em 2015, quando 185 morreram.

O total, no entanto, caiu 38% na comparação entre 2011 e 2016, mostra o levantamento, que considera os óbitos registrados até 29 dias depois do acidente.

Área Calma

Uma das mudanças que mais contribuíram para uma redefinição do trânsito na área central de Curitiba nos últimos tempos – a Área Calma, implantada em 2015 – não ganhou recorte especial no levantamento apresentado nesta quarta.

Mesmo assim, o assunto gerou debate entre o público reunido no evento de apresentação dos dados. Enquanto alguns deixaram claro a necessidade de manter a velocidade máxima de 40 km/h no polígono que engloba 140 quarteirões na área central da capital, outros criticaram a medida, que continua na corda bamba desde que a gestão de Rafael Greca (PMN) chegou à prefeitura.

Em abril, o prefeito disse que, ao menos por enquanto, a Área Calma deve permanecer. Uma decisão final sobre o limite de velocidade nas principais ruas centrais de Curitiba só deve sair após a conclusão de uma série de estudos que estão sendo conduzidos pelo Instituto de Pesquisa Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc).

“Temos que pensar um transito dinâmico, ágil eficiente e, sobretudo, seguro. Quem vai falar sobre a Área Calma, quem vai determinar se ela fica, se ela diminui, se aumenta, se vai ampliada para outros locais da cidade é um estudo técnico por meio da determinação pessoal do Rafael Greca”, acrescentou Garrett.

Segundo estimativas do projeto Vida no Trânsito, desde que foi implantada, a Área Calma reduziu em, aproximadamente, 24% o número de vítimas e em 36% no número geral de acidentes na zona em que está inserida.

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