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Durante os ensaios, são chamadas cerca de quatro ou cinco famílias.
Durante os ensaios, são chamadas cerca de quatro ou cinco famílias.| Foto: Leticia Akemi / Gazeta do Povo

Recém-nascidos e familiares que fazem acompanhamento na Unidade de Saúde Parolin, em Curitiba, são os novos modelos do local. Um enfermeiro e uma técnica em enfermagem têm feito ensaios fotográficos gratuitos dos bebês e seus pais com o objetivo de fortalecer os vínculos familiares.

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Ação foi idealizada pelo enfermeiro Antônio Rangel, de 50 anos. Ele deu início ao projeto com a intenção de fortalecer a estrutura familiar de pessoas em vulnerabilidade social, que, segundo ele, corresponde a maior parte das pessoas atendidas na unidade. “Nós sempre fazemos ações para fortalecer o vínculo familiar, mas este ano queríamos fazer algo diferente, tratar do assunto de uma outra forma”, conta Rangel.

Apesar de não trabalhar com fotografia, o enfermeiro tem afinidade com a área e ele mesmo registra os momentos. O estúdio é montado provisoriamente em um consultório da unidade e utiliza luzes, pano de fundo e objetos de cena para compor a fotografia. Além do enfermeiro, a técnica em enfermagem Jane Cristina Chapuski, a fotógrafa Cristiane Camargo - que dá dicas -, e a maquiadora Gabrielle Luize Martins também auxiliam em todo o processo voluntariamente.

Os ensaios são feitos a cada 15 dias, nas segundas-feiras, a partir das 14h. Em cada reunião, participam em média quatro a cinco famílias. Após o ensaio, as fotos são selecionadas pela equipe, editadas e impressas em um álbum, devido a uma parceria com a gráfica Tecnicópias, que imprime as fotos sem cobrar por isso.

Para participar do ensaio, porém, há uma regra que precisa ser seguida. “A condição é fazer o pré-natal corretamente, com exames, e todo o acompanhamento com a unidade”, explica Rangel.

Segundo o enfermeiro, há um índice grande de mães adolescentes que têm dificuldade em aceitar a gestação. “Não estamos inventando nada de muito diferente, mas o newborn [ensaio com recém-nascidos] tem como característica o cuidado. Por isso, trazemos reflexões sobre tomar decisões positivas de forma leve e amorosa”, explica o enfermeiro.

O projeto teve início em setembro e, nesses dois meses, 14 ensaios fotográficos já foram feitos no posto de saúde do Parolin. E, apesar de ter vontade, a equipe não consegue estender o trabalho para as outras unidades de saúde. “É uma situação bastante trabalhosa, não temos braço para isso”, lamenta Rangel.

  • A equipe faz toda a produção do ensaio. Foto: Letícia Akemi / Gazeta do Povo
  • A equipe também faz a maquiagem das mães. Foto: Letícia Akemi / Gazeta do Povo
  • Foto: Letícia Akemi / Gazeta do Povo

A mãe e o bebê

Mãe de uma bebê que agora está com 43 dias, a mãe Stephany Monteiro de Oliveira, de 21 anos, não aceitava bem a gestação no início e confessa que foi um choque. “Quando eu descobri a gravidez, foi muito complicado. Até eu conseguir entender e aceitar tudo que estava e ia acontecer, foi muito difícil”, conta a mãe.

No entanto, participar do ensaio para ela foi uma experiência transformadora. “Acho que toda experiência com o bebê é um aprendizado e uma descoberta. [As fotos] automaticamente nos aproximaram ainda mais. Ter esse momento de descontração entre choros, fraldas e amamentação é muito gratificante. Enche o coração de amor e alegria”, relata Stephany.  A criança tinha 16 dias quando foi feito o ensaio.

  • Stephany Monteiro de Oliveira, de 21 anos. Foto: Antônio Rangel.
  • Foto: Antônio Rangel.
  • Foto: Antônio Rangel.

Segundo o enfermeiro, não só Stephany se animou com o resultado, mas toda a equipe e familiares. “Elas ficam impressionadas porque muitas nunca imaginavam que seria possível fazer um ensaio desse ou até se produzir para fazer a foto”, conta Rangel.

As fotos são feitas quando as crianças têm, em média, duas semanas de vida.

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