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| Foto: Durval Ramos/Gazeta do Povo

Postos sem combustíveis, mercados já com falta de produtos, hospitais adiando cirurgias e universidades cancelando aulas: esses são apenas alguns dos efeitos sentidos pelos moradores de Curitiba com a greve dos caminhoneiros, que começou na última segunda-feira (21). É bom estar preparado para enfrentar situações que podem ficar ainda piores nesta sexta-feira (25) . Pensando nisso, a Gazeta do Povo preparou um “guia de sobrevivência” – para o caso de a greve não acabar – e respondeu a sete dúvidas que irão ajudar a enfrentar mais um dia complicado na cidade.

LEIA TAMBÉM: Greve dos caminhoneiros em Curitiba: o que deve se resolver e o que pode complicar

Veja a lista de recomendações básicas:

1) É hora de estocar alimentos?

A partir da tarde desta quinta-feira diversos mercados começaram a limitar o número de produtos que cada cliente pode comprar. Isso acontece porque os próprios estoques dos estabelecimentos estão baixos. A restrição foi encontrada em três redes distintas: o Carrefour, que está permitindo máximo de cinco unidades de cada produto, e o Condor e o Muffato, que permitem 12 unidades por item. Caso a paralisação não acabe, é certo que logo os mercados terão falta de itens básicos, e pode ser uma boa ideia comprar em quantidade antes que isso aconteça - onde isso ainda é permitido. A reportagem entrou em contato com a Defesa Civil de Curitiba para verificar se há indicação de estocagem para o momento, mas o órgão preferiu não se manifesta. A alegação foi de que se trata de uma situação de abrangência nacional.

Leia mais: Supermercados de Curitiba já limitam número de produtos que cada cliente pode comprar

2) Veja se seu voo vai mesmo decolar

Os aeroportos estão entre os estabelecimentos afetados pelo desabastecimento, o que significa que é importante conferir se o voo vai mesmo decolar antes de ir até o Afonso Pena. De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), nesta quinta-feira (24), todos os voos em operação seguiam abastecidos e respeitando a reserva mínima, conforme regulamentação. Mesmo assim, a Anac e a Associação Brasileira de Agências de Viagem (Abav) orientam que todos os passageiros que consultem as empresas aéreas antes de se deslocarem aos aeroportos . Isso deve ser até que a situação da paralisação se normalize.

Leia mais: Aeroportos do Paraná já sofrem com efeitos da greve e têm voos cancelados

3) Por que não dar carona solidária?

A carona solidária é um dos melhores jeitos de economizar combustível, ainda mais nesta crise de abastecimento, que já causa falha no atendimento de aplicativos de transporte em Curitiba. “Compartilhando dessa forma, mais pessoas podem ser transportadas usando o mesmo combustível”, afirma o engenheiro civil e mestre em operação de trânsito Ricardo Bertin.

4) Por que não ir ir de ônibus?

O sistema de transporte de Curitiba está normal. A prefeitura, em conjunto com as polícias Rodoviária Federal e Militar, está escoltando combustível da refinaria em Araucária para as garagens de ônibus, o que garante a manutenção do sistema. Portanto, se você não tiver combustível no carro e o app estiver demorando, o ônibus é uma solução.

Leia mais: PRF e Guarda Municipal escoltam caminhões-tanque para abastecer ônibus de Curitiba

5) Como encontrar combustível?

Uma dica para tentar descobrir onde encontrar combustível em Curitiba é usar o aplicativo Menor Preço, do governo do Paraná. O app tem uma área só de combustíveis, em que ficam registrados os preços e horário de venda quando os clientes pedem CPF na nota. Basta usar o filtro e limitar a data da venda para seis horas. Clicando nas opções de combustível aparece a relação dos preços, horários do pagamento e o endereço do posto.

6) Cuidado com a exploração nos postos

É inegável que todos os motoristas de Curitiba estão em busca de combustível mas, apesar de ainda serem encontrados em um ou outro postos da cidade, é preciso estar de olho no preço. De acordo com o Procon, alguns estabelecimentos aproveitam a alta demanda para praticar valores abusivos - o que pode ser evitado com a exigência da nota fiscal que informe o preço pago por litro. Caso o consumidor detecte algum abuso, é possível registrar denúncia diretamente no Procon.

Leia mais: Postos que abusarem no preço podem ser multados e até fechados, diz Procon

7) De olho nos problemas do trânsito

Com os caminhoneiros bloqueando estradas que cortam a cidade, os motoristas precisam ficar atentos aos caminhos escolhidos antes de sair de casa. As manifestações podem causar filas, desvios e interdições cujos reflexos podem ser sentidos até em vias mais tranquilas, dependendo do caso. Para acompanhar as movimentações na cidade, a dica é conferir as redes sociais dos órgãos e empresas responsáveis por administrar e assegurar os trechos. Dessa lista, destaca-se o Twitter da Superintendência Municipal de Trânsito (Setran) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Também a página da editoria Curitiba da Gazeta do Povo, onde são atualizadas as principais ocorrências da cidade.

8) Não rode com combustível no limite

Apesar dos combustíveis estarem acabando nos postos de Curitiba e região, não é uma boa ideia se arriscar e rodar com o tanque na reserva. Isso porque, segundo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) prevê como obrigação do motorista a verificação de combustível suficiente para chegar ao destino antes de partir. Caso aconteça a chamada “pane seca”, quando o veículo para de funcionar na via por falta de combustível, o motorista é autuado por infração média, o que implica em sete pontos na carteira. Além disso, o motorista precisa pagar uma multa de R$ 85,13, e tem o veículo removido pela Superintendência Municipal de Trânsito (Setran).

Leia também: “O melhor é cancelar a viagem”, alerta federação de empresas de ônibus

9) Não estoque combustível em casa

Pode parecer tentadora a ideia de levar para casa mais combustível do que o tanque aguenta - especialmente ao encontrar um posto com preço bom em meio ao caos. Estocar esse tipo de produto em zona residencial sem licença, porém, é crime ambiental, e pode render multa e detenção de um a quatro anos, dependendo da quantidade. O crime diz respeito a qualquer substância perigosa ou nociva à saúde humana ou ao meio ambiente, e é descrito no artigo 56 da lei federal 9605 de 1998.

Leia também: Metade das revendas de gás de cozinha de Curitiba está sem estoque

*Com a colaboração de Alex Silveira, especial para a Gazeta do Povo.

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