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Veículos pesados danificaram a calçada da Rua São Francisco, revitalizada em 2012. | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Veículos pesados danificaram a calçada da Rua São Francisco, revitalizada em 2012.| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Não se completaram seis anos da revitalização da Rua São Francisco, no Centro Histórico de Curitiba, e novas obras já estão programadas para recuperar a calçada quebrada no trecho entre as ruas Barão do Serro Azul e Presidente Faria. O material instalado em 2012, chamado tecnogran, não suportou a rotina de carga e descarga de veículos pesados que costumam estacionar irregularmente no passeio.

O projeto está na fase de orçamento e a prefeitura deve iniciar as obras em 2019. Para evitar que a calçada seja novamente danificada, a prefeitura vai instalar paraciclos no meio-fio, hastes de ferros capazes de impedir que veículos subam no passeio e que também servem de estacionamento de bicicletas.

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Quem passa pela rua percebe o estrago logo de cara por causa dos largos espaços em que o tecnogram foi retirado. Os lugares onde deveriam haver as peças originais foram cimentados. O cimento é resultado de obras de emergência da prefeitura para evitar acidentes com pedestres. Entretanto, o cimento é um quebra-galho que deixa a rua descaracterizada, fugindo do objetivo da revitalização que foi entregue há quase seis anos.

Segundo o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), responsável que fez a revitalização de 2012 e vai coordenar a reforma de 2019, a instalação dos paraciclos deve evitar que os veículos utilizem as calçadas para estacionar. Com isso, a demanda dos ciclistas também será atendida, já que é tradicional a circulação de grupos de bikers por ali. Principalmente por causa da Praça de Bolso do Ciclista no fim da rua, espaço idealizado por quem anda de bike.

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Ainda segundo o Ippuc, as obras vão recompor o pavimento de tecnogran, mantendo a característica do projeto inicial e não devem incluir o realinhamento do trecho de matacão colonial (pedras basálticas), que fica no lado esquerdo de quem caminha em direção à Rua Barão do Serro Azul.

Paraciclo

A notícia do conserto foi bem vista pela Rede Empresarial do Centro Histórico de Curitiba. Tamara Lepca Maia, 62 anos, proprietária do café Bella Vivenda, na São Francisco, disse que os paraciclos atendem um pedido antigo. “Já chegamos a sugerir que a prefeitura nos deixasse instalar alguma coisa para impedir os caminhões de estacionar. Pensamos até em vasos de flores”, explica. Segundo a Tamara, a rua é referência para os ciclistas, por isso o equipamento deve mesmo ajudar. “Vai combinar com a rua e resolver um grande transtorno”, aponta.

Cláudio Motta, 53 anos, gerente noturno da casa noturna Jokers, não vê problema na instalação dos paraciclos, mas reclama do resultado da revitalização de 2012, a qual tornou a São Francisco mais estreita. “Deveriam ter deixado a rua com as características originais. Com esse novo passeio, acho que perdeu o charme e a funcionalidade. Mas agora já foi, então, no mínimo, a manutenção tem que estar em dia. Acho que os estacionamentos de bicicleta podem contribuir para isso”, enfatiza.

Outra dona de comércio que preferiu não se identificar acha que os paraciclos podem acabar servindo de banquinhos para desocupados, o que espantaria a clientela. “Torcemos para que não aconteça, mas infelizmente, essa possibilidade existe”, reclama.

Já o proprietário do Chico Burguers, Cidionil de Almeida, 56 anos, acredita que toda a revitalização que houver será bem-vinda. Até mesmo se resolverem fechar a rua para circulação de veículos. “Esse pedaço do Centro é muito bonito, precisa de revitalização constante. Os veículos carregados não podem continuar estragando isso aqui. Não seria má ideia deixar apenas pedestres e ciclistas passarem”, reflete.

Revitalização em 2012

Em 2012, ainda na gestão do prefeito Gustavo Fruet (PDT), a revitalização do Centro Histórico de Curitiba, entre as ruas Barão do Serro Azul e Presidente Faria, incluiu nivelamento da calçada, reforma da iluminação pública e pintura das fachadas, com o objetivo de levar mais segurança e criar uma espécie de circuito para os amantes da boa culinária. O espaço para estacionamento de veículos foi extinto, dando lugar a uma faixa de acessibilidade para cadeirantes, de 1,20 metro, anexa à calçada. A revitalização também foi coordenada pelo Ippuc e o trecho completo custou, na época, cerca de R$ 490 mil. As obras foram entregues em 20 de dezembro de 2012.

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