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A espécie  tem as asas acinzentadas e o corpo laranja | Reprodução/Wikimedia Commons
A espécie tem as asas acinzentadas e o corpo laranja| Foto: Reprodução/Wikimedia Commons

O surto de alergias provocadas por mariposas que atinge a cidade de Paranaguá, no Litoral do Paraná, desde o último domingo (26) teve cerca de 120 novos casos somente entre o fim da tarde da última terça-feira (28) e a manhã desta quarta-feira (29). Ao todo, já são 562 atendimentos realizados pelo município — número que preocupa por aumentar exponencialmente a necessidade de atendimento médico e medicamentos no sistema de saúde local.

A situação é gerada pela espécie Hylesia nigricans, que libera pequenas escamas durante o bater de asas, o que pode causar dermatite em algumas pessoas. Segundo Rafael Correia, superintendente da unidade de urgência e emergência de Paranaguá, o número de atendimentos na unidade quase dobrou com o início do surto.“Normalmente nossa média é atender 470 pessoas por dia. Com os casos de alergia, o número subiu para cerca de 800 pacientes diariamente”. Por isso, o secretário pede paciência para quem precisar de consulta. “Estamos conseguindo atender a todos, mas o tempo de espera está um pouco maior”, alerta.

Além do problema do atendimento, a grande preocupação do município é com o estoque de medicamentos para tratar a alergia, que está baixo. A superintendente da Vigilância em Saúde da cidade, Meirielle Zaicoski de Araújo, explica que a cidade está se preparando para atender a todos: “ A cidade de Matinhos cedeu alguns medicamentos para nós e já tivemos uma reunião que mobilizou a licitação de novas doses”, explica.

A origem do problema

De acordo com Raphael Rolim de Moura, biólogo e secretário de Meio Ambiente de Paranaguá, a situação está acontecendo por causa de uma fase normal do ciclo de vida das mariposas da espécie Hylesia nigricans. O que impressiona, na realidade, é a quantidade de insetos passando por esse período. “A questão é preocupante porque tem ligação direta com os problemas ambientais da região, especialmente o desmatamento”, esclarece Moura. De acordo com o biólogo, a falta de habitat faz com que as mariposas fiquem sem predadores e acabem se procriando excessivamente.

É importante alertar que não é qualquer tipo de mariposa que pode causar a alergia e que matar mariposas deliberadamente também pode causar um desequilíbrio no ecossistema. A espécie Hylesia nigricans tem as asas acinzentadas e o corpo laranja.

Caso seja detectado algum tipo de alergia, coceira ou vermelhidão na pele, a orientação é não passar medicamentos ou produtos sem acompanhamento médico. Uma unidade de saúde deve ser procurada o mais breve possível.

Colaborou: Cecília Tümler

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