• Carregando...
O item pertence ao túmulo do Capitão-Mor Manuel José Alves, fundador da centenária Igreja Bom Jesus do Saivá | Colaboração/Israel Rodrigues
O item pertence ao túmulo do Capitão-Mor Manuel José Alves, fundador da centenária Igreja Bom Jesus do Saivá| Foto: Colaboração/Israel Rodrigues

Uma placa histórica datada de 1837 foi danificada por vândalos no Cemitério Paroquial Bom Jesus, em Antonina, no Litoral do Paraná. O objetivo pertence ao túmulo do Capitão-Mor Manuel José Alves, fundador da centenária Igreja Bom Jesus do Saivá, e estava fixada ao lado do portão de entrada do templo católico, o qual é vizinho do campo-santo. A situação evidenciou a falta de segurança no local.

Quem verificou o dano à peça histórica foi o conselheiro tutelar Israel Cordeiro Rodrigues, que mora no Centro e passa diariamente pelo local. “Eu estava indo ao mercado e, quando olhei para a igreja, percebi que a placa estava danificada, como se tivessem tentado arrancá-la”, disse. Diante da situação, ele fotografou o objeto e publicou a imagem nas redes sociais na tentativa de chamar a atenção das autoridades. “Afinal, temos que cuidar dos nossos monumentos históricos”. Com a ação dos vândalos, a placa ficou praticamente solta e um outro morador resolveu retirá-la do túmulo e entregou aos cuidados do padre da Igreja Bom Jesus do Saivá.

Leia também: CMEIs de Curitiba vão abrir mais tarde e fechar mais cedo? Prefeitura explica o que irá ocorrer nas creches

A igreja é tombada pela Coordenação do Patrimônio Cultural (CPC) do Paraná e ainda integra o setor da cidade de Antonina que é tombado pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). No entanto, a denúncia de vandalismo não chegou a essas instituições, que só ficaram sabendo do fato pela Gazeta do Povo.

De acordo com Sérgio Krieger, coordenador do patrimônio cultural do estado, a instituição não possui uma equipe de fiscalização e precisa do auxílio de moradores para identificar casos de vandalismo. No entanto, ele informou que técnicos já haviam realizado uma vistoria no local em meados de junho e constatado outros problemas na conservação do patrimônio. “Até o teto [da igreja] precisava ser trocado urgentemente”.

Veja também: Hidrômetros, fios e ralos de ferro: furtos prejudicam moradores e comerciantes em Curitiba

O Iphan até doou telhas para essa troca e também iniciou o processo para restauração do imóvel. Segundo Anna Eliza Singer, chefe da divisão técnica do instituto, o projeto será custeado pela empresa Cantú Energética S/A, como uma das medidas compensatórias exigidas após a construção de centrais elétricas em quatro municípios do Paraná. O Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para início da obra de restauro foi assinado na última quarta-feira (8) e a empresa tem até novembro de 2019 para finalizar o trabalho.

Além disso, o Iphan informa que até a próxima quinta-feira (16) alguns técnicos farão uma visita à Igreja Bom Jesus do Saivá para verificar a situação da placa histórica deteriorada e confirmar se ela será reinstalada no túmulo antes ou após a restauração do templo.

A Igreja Bom Jesus do Saivá será restaurada até o final de 2019, mas os moradores pedem que a segurança seja intensificada no localColaboração
Israel Rodrigues

Insegurança

Para a moradora Josemeri Marun, de 53 anos, esse cuidado com os monumentos históricos do estado é louvável, mas apenas restaurar o espaço não resolverá o problema. “Precisamos urgentemente de uma intensificação na segurança, para que o dinheiro investido na restauração não seja jogado fora”, afirmou.

Segundo ela, o ato e vandalismo à placa centenária não é algo isolado, já que inúmeras placas do Cemitério Bom Jesus e do Cemitério Municipal foram furtadas desde o mês de julho. “Estão fazendo uma limpa”, disse. E o túmulo da família de Josemeri foi um dos alvos. “Tínhamos sete placas, mas só ficou uma. Isso é muito triste porque trata dos nossos parentes amados”, lamentou.

De acordo com a prefeitura do município, um grupo de seguranças municipais já tem atuado nas edificações públicas e realizado rondas noturnas em espaços como o cemitério. Mesmo assim, uma reunião foi organizada nesta semana para buscar alternativas que melhorem a segurança na região.

O encontro contou com representantes do Conselho Comunitário de Segurança de Antonina, da Polícia Civil e da Polícia Militar para tratar de assuntos como os furtos das placas dos cemitérios. Segundo o diretor de finanças Eliseu Marchiori Trancoso, a prefeitura solicitou o empenho das duas corporações e se comprometeu a oferecer apoio logístico aos policiais. Entre os itens prometidos pela prefeitura estão materiais de escritório, produtos de limpeza e a disponibilização de um servidor público para auxiliar nas atividades da Polícia Civil.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]