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Bruno Rondani, CEO e fundador do movimento 100 Open Startups.
Bruno Rondani, CEO e fundador do movimento 100 Open Startups.| Foto: Divulgação/100 Open Startups

O movimento 100 Open Startups – que conecta empresas nascentes a grandes companhias – está lançando o 100 Open Angels, programa que visa a aproximar startups e investidores, e facilitar os aportes. Bruno Rondani, CEO e fundador do movimento, diz que a expectativa é levantar R$ 37,5 milhões para investimentos em 25 empresas selecionadas do ranking de 100 melhores startups, que o movimento identifica a cada ano. Cada startup receberá R$ 1,5 milhão.

“Vamos fazer o volume de tudo o que já foi feito na história do crowdfunding. Depois avaliaremos se há apetite para mais e se faremos novas rodadas a cada seis meses ou um ano”, sinaliza Rondani.

Ele explica que a iniciativa foi desenvolvida a partir da grande demanda de investidores dispostosa apostar em startups inicitivas, mas que enfrentam dificuldade na seleção das empresas e na concretização das transações. A empresa estima em 4,7 mil o número de interessados com esse perfil.

“Levamos quatro anos ajudando as startups a estruturarem negócios com o mercado corporativo. Sabíamos que havia poucos investimentos na época e que abrindo as grandes empresas daríamos vazão a negócios de centenas de startups que surgiram neste período”, diz Rondani.

Já participaram do 100 Open Startups 8,2 mil empresas nascentes. Destas, 700 fecharam contratos com grandes empresas, gerando mais de 5 mil negócios e captando mais de R$ 200 milhões em investimentos, com 240 corporações participantes do programa.

“Muitos executivos ficaram entusiasmados com esse universo e, vendo o crescimento e sucesso das startups, começaram a querer empreender, mentorar  ou mesmo investir. Estamos dando a oportunidade agora para isso, por meio de nossa rede colaborativa”, explica Rondani.

O levantamento dos possíveis investidores foi feito com base na rede de avaliadores do movimento, formada por mais de 15 mil pessoas, com perfis profissionais ligados ao ecossistema, como executivos de grandes companhias, empresários e investidores-anjo. Do total de avaliadores, 2 mil já investiram em startups e grande parte participa da plataforma com o objetivo de encontrar empresas para investir.

O movimento mantém ativas mais de 8,2 mil startups classificadas em cinco níveis de atratividade para o mercado. Dentre as 600 que estão no nível 5, ou seja, que já possuem relacionamento formalizado com grandes corporações, 200 declararam ter interesse em captar rodada-anjo, na faixa de R$ 1 milhão, nos próximos seis meses.

“O investimento é algo mais delicado e envolve o capital social das startups. Hoje ele se viabiliza porque houve uma regulamentação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) das plataformas de investimento colaborativo (crowdfunding). Os investidores vão aderir ao programa para serem aprovados e solicitarem investimentos nas startups. Isso será facilitado pela plataforma Basement, regulada pela CVM”, explica Rondani.

Como vai funcionar a 100 Open Angels

Serão três níveis de investidores: os Super-anjos, com tíquet inicial a partir de R$ 500 mil; Anjo, com recursos entre R$ 50 mil e R$ 500 mil; e Anjo Crowd com investimentos de R$ 5 mil a R$ 50 mil. As candidatas aos investimentos são as startups que passarem pela análise do ranking 100 Open Startup 2019.

“O processo começa a rodar a partir do dia 31 de maio, quando fechamos a coleta de dados das Startups. As 200 primeiras colocadas vão ser chamadas para o evento da Whow!, festival de inovação que será palco do anúncio do Ranking 100 Open Startups 2019, de 23 a 25 de julho, em São Paulo. Em 15 de junho vamos anunciar as empresas selecionadas para receber os investimentos”, anuncia Rondani.

Startups do Ranking 100 Open Startups, avaliadores e fundos de investimento poderão se qualificar para as rodadas, selecionando-se mutuamente, a partir de matchmaking online e speed-dating presencial. A operacionalização do investimento se dará a partir da Basement, primeira e maior plataforma de investimento, com mais de 3 mil investidores ativos e R$ 30 milhões captados.

As startups, por intermédio do 100 Open Angels, terão acesso a um programa de 12 meses de aceleração de negócios para explorar ao máximo o efeito de rede com os investidores. As interessadas têm até o dia 31 de maio para submeter os dados para Ranking Top 100 Open Startups e efetuar a inscrição no programa 100 Open Angels, pelo link: startups.openstartups.net.

Investimento-anjo não é só capital financeiro

Cassio Spina, presidente da Anjos do Brasil (principal entidade de investidores-anjo), diz que a visão da entidade é trabalhar de forma colaborativa com todos os agentes do ecossistema de inovação. Para ele, a 100 Open Angels é uma iniciativa positiva e o único ponto que deve ficar claro é o papel do investidor-anjo.

“O conceito de anjo não está associado apenas a capital financeiro, mas também ao apoio ao empreendedor com a sua experiência. Quando se faz investimento por equity crowdfunding, não é exatamente um investimento-anjo. Somos favoráveis que se aumentem os investimentos em startup, mas é preciso ficar claro o papel do anjo”, diz Spina. Ele observa que o maior problema da relação investidor/empreendedor é o desalinhamento de expectativas.

“É importante que todos os investidores tenham ciência de que o investimento em startups é de risco elevado e de baixa liquidez. O investidor só recupera o investimento na saída. O ideal é que se invista num portfólio de empresas e não apenas em uma única startup. Além disso, não pode ficar ligando todo dia para o empreendedor a fim de saber como anda a operação. E o empreendedor não deve ficar achando que todos os investidores vão ajuda-lo e abrir portas com clientes”, ensina Spina.

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