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Com mais renda, 13,8 milhões de brasileiros avançaram de faixa social entre 2001 e 2007. Desse total, 10,2 milhões saíram da classe de renda baixa (até R$ 545,66 de renda familiar mensal) para a classe de renda média (de R$ 545,66 a R$ 1.350,82). Os demais 3,6 milhões subiram da classe de renda média para a considerada alta (acima de R$ 1.350.82). As conclusões são de estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), feito a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), referente a 2007, divulgada na semana passada pelo IBGE.

O forte crescimento econômico do país, uma melhora no mercado de trabalho, programas de transferência de renda (como o Bolsa Família, além da previdência) e o fortalecimento do salário mínimo explicam a melhora de classe social no país, especialmente para os mais pobres, disse Ricardo Amorim, pesquisador do Ipea. "Essa movimentação social não é vista na sociedade brasileira desde os anos 80", acrescentou.

Dos 10,2 milhões de brasileiros que mudaram de faixa, 57,1% têm até a quarta série de ensino fundamental — o que mostra que o crescimento econômico do país tem garantido emprego para a base da pirâmide, de baixa formação. Já no caso dos que passaram da faixa média para a alta, a escolaridade é melhor — ainda que baixa: apenas 1,8% tem ensino médio ou alcançou a universidade em 2001 e em 2007 essa proporção é de 5,6%. "Educação não traz empregos, mas sim o crescimento econômico", disse Amorim.

O estudo do Ipea mostrou ainda que, além da mobilidade social, o Brasil está menos desigual. Segundo a instituição, o Índice de Gini (quanto mais próximo de 1, maior a desigualdade) caiu 7% de 2001 a 2006, passando de 0,593 para 0,552. Trata-se de uma redução média de 1,2% ao ano, o que, segundo o Ipea, é uma queda acentuada e sustentável. Segundo o Ipea, a desigualdade ideal seria um Gini de 0,40.

"O Brasil está entre os países que mais reduzem a desigualdade no mundo. A renda dos 10% mais pobres cresce sete vezes mais do que a dos 10% mais ricos entre 2001 e 2007. Essa taxa de crescimento da renda dos 10% mais pobres é muito próxima da que se vê na China. Para os mais ricos, a comparação é com o Senegal", citou Ricardo Paes e Barros, pesquisador do Ipea.

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