Não há hoje analista que não queira dizer que a economia finalmente chegou ao fundo do poço e que a recuperação começou. Alguns números usados como “antecedentes”, ou seja, que vêm antes dos índices fechados pelo IBGE, mostram que ainda falta um pouco para a curva da economia virar. Até abril, vários desses indicadores ainda eram negativos, o que pode se converter em uma recessão nos dois primeiros trimestres do ano. São dados como o fluxo em rodovias pedagiadas, consumo de energia e vendas de papelão ondulado que permitem identificar os rumos dos grandes setores da economia. A retração parece ter continuado no segundo trimestre.
Papelão ondulado
As vendas de papel ondulado são um indicador importante porque o material é usado para embalar os produtos despachados pelas indústrias para as lojas. Geralmente a recuperação desse setor indica que há uma demanda mais forte no varejo. Segundo os dados da ABPO, que representa os fabricantes do material, as vendas do produto caíram 2,23% em abril, na comparação anual. No ano, a queda acumulada é de 1,23%.
Pedágio
Outro indicador antecedente é o de fluxo nas estradas pedagiadas. Quando o tráfego de caminhões cresce, é sinal de aquecimento na economia. Dados da ABCR, associação das concessionárias de pedágio, o fluxo de veículos pesados caiu 6,1% em abril, na comparação com o mesmo mês de 2013, e 4,6%, na comparação com março. No ano, a queda é de 6,2%.
Energia
O consumo de energia é um indicador do desempenho da economia, principalmente do setor industrial. Em abril, o consumo caiu 1,3% na comparação com o mesmo mês de 2013. Em relação a março o recuo foi de 4,1%. O dado do consumo industrial não foi divulgado, mas é provável que ele tenha sido o maior responsável pela queda.
Vendas de veículos
Com uma cadeia produtiva longa, o setor automotivo é chave para se entenderem os rumos da economia. Em abril as vendas de veículos no país caíram 25,2% em relação ao mesmo mês de 2014. Na comparação com março, as vendas recuaram 6,5%.
Produção de aço
Em março, a produção de aço bruto caiu 7,5% na comparação com 2013, o pior resultado mensal do primeiro trimestre. Nos primeiros três meses, a queda foi de 0,7%. O aço bruto é matéria-prima para grade parte das indústrias pesadas e antecede a recuperação em outros setores.
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