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Quando se mudou para Curitiba, há seis anos, o porto-alegrense Rodrigo Miranda, ex-executivo de marketing de duas grandes empresas de telecomunicações, não fazia idéia do que era uma "vina". Hoje ele comanda uma empresa de 19 funcionários que espera faturar R$ 750 mil neste ano vendendo miniaturas de salgadinhos. Curiosamente, o carro-chefe são pequenos cachorros-quentes feitos com uma massa caseira, cuja receita foi criada pelo próprio Miranda – as "vininhas".

O empresário é dono do Vininha, marca criada há quatro anos que encontrou na entrega em domicílio de mini-hot-dogs um segmento de mercado pouco explorado na capital paranaense, lugar em que a palavra "salsicha" é de uso restrito a forasteiros desinformados. O Vininha ainda está começando a ganhar popularidade – Miranda chuta que "uns 5% dos curitibanos" já tenham ouvido falar da marca –, mas os 10 mil clientes fixos da empresa já lhe garantem um faturamento mensal médio de R$ 60 mil, frente aos R$ 25 mil de dois anos atrás.

Há três meses, a empresa ganhou novo endereço. Mudou-se de uma insuspeita casa de 70 metros quadrados no bairro Água Verde – na época, não havia venda no balcão nem qualquer placa que indicasse que lá funcionava o Vininha – para uma loja no Batel. Agora, são 200 metros quadrados, na soma de área de produção, escritório e loja propriamente dita.

"Em pouco tempo, 20% do faturamento total já vem da loja, mais até do que a gente esperava. É o efeito da localização", conta Miranda. O bom resultado empolgou, e ele planeja abrir uma filial dentro de seis ou oito meses. "Hoje, a entrega em domicílio ainda sustenta a loja, o que é natural. Mas quando o nosso faturamento total chegar a um certo patamar, de R$ 85 mil ou R$ 90 mil por mês, aí teremos condições de abrir uma nova loja. Isso deve acontecer até o fim do ano. Quem sabe, podemos até começar um sistema de franquias."

Palavra de quem insiste em fazer uma coisa de cada vez, sem atropelos. Em 2002, quando criou o Vininha, Miranda usou todas as suas economias, mais um dinheiro emprestado do avô – de início, um investimento de R$ 180 mil. Fez questão de não recorrer ao mercado financeiro, atitude que repetiu durante a recente mudança, que custou R$ 230 mil.

Em ambos os casos, tomou suas decisões após um exaustivo planejamento – por sinal, uma das obsessões de Miranda, que é formado em Administração e pós-graduado em Marketing pela PUC-RS. Logo que se formou, trabalhou no planejamento de marketing da operadora de telefonia móvel Claro, em Porto Alegre, e a partir de 2000 ajudou a elaborar a estratégia de comunicação da recém-criada GVT, em Curitiba.

Assim que a antiga idéia de ter sua própria empresa começou a amadurecer, ele passou seis meses trabalhando das 18 às 22 horas – após o fim do expediente na GVT –, estudando pesquisas de mercado e pensando em todos os detalhes do futuro negócio. Miranda tinha em mente três conceitos: qualidade, preço baixo e, principalmente, praticidade. Até porque, para ele, concorrentes naturais como a pizza e o tradicional cachorro-quente com duas vinas dão muito trabalho para comer.

"Quando tu pede uma pizza em casa ou no escritório, tu vai sempre fazer muita sujeira. As vininhas são muito mais práticas. Não dá trabalho nem para limpar depois", diz ele, abusando do "porto-alegrês" e com indisfarçável traquejo de marqueteiro. Miranda destaca, ainda, o formato pouco convencional das embalagens de papelão em que as vininhas são entregues: caixas amarelas de 22 centímetros de altura, com o desenho do cãozinho que é mascote do Vininha. Nelas cabem de 20 a 60 mini-salgadinhos.

O pedido mínimo, para entrega em casa, é de 20 unidades (R$ 15,00). Daí para cima, não há limite – o pedido recorde, por enquanto, foi de 3 mil salgadinhos. O empresário garante que o Vininha entrega encomendas de até 500 unidades, em qualquer lugar de Curitiba, em 45 minutos. Além do vininha, há outros três tipos de salgadinhos: as "sfihinhas", "calabrinhas" e "burguinhos". Também existem três opções de mini-sonhos e, além de refrigerantes, o pedido pode vir acompanhado de chocolate quente.

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