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Em função da atuação do Banco Central, o dólar encerrou em queda de mais de 1% ante o real nesta terça-feira (5), depois de cinco sessões seguidas de alta.

O BC voltou a fazer um leilão de swap cambial tradicional, que equivale à venda de dólares no mercado futuro, após seis pregões.

Para operadores, a autoridade monetária aproveitou para atuar logo pela manhã a fim de evitar que a moeda subisse ao longo do dia.

O dólar fechou em queda de 1,71%, cotado a R$ 2,0170, próximo à mínima do dia, de R$ 2,0165. A máxima foi de R$ 2,0641, registrada na abertura.

"O BC aproveitou a própria força do mercado, e sem deixar que ele oscilasse, o dólar já estava enfraquecendo. A autoridade monetária não tem que gerar estresse, ela tem que tirar o estresse do mercado e com uma atuação como a de hoje consegue e segurar o dólar", disse o sócio-gestor da Vetorial Asset, Sérgio Machado.

O BC atuou logo pela manhã nesta terça-feira, com a moeda norte-americana perto da estabilidade e no patamar de R$ 2,05.

Para Machado, ao atuar pela manhã, o BC também evitou que a moeda subisse mais próximo do fechamento da sessão, como na véspera.

Na operação desta terça-feira, o BC vendeu 20.300 contratos, ou 50,75%, da oferta de até 40 mil contratos de swap cambial tradicional . Nos leilões anteriores, a autoridade monetária tinha vendido cerca de um terço dos papéis ofertados.

O gestor diz acreditar que as intervenções da autoridade monetária têm mantido o dólar entre um intervalo de R$ 1,95 e R$ 2,10, com tendência maior a se manter entre R$ 2 e R$ 2,05.

"Até onde a vista alcança não vejo o mercado com muito espaço para (o dólar) cair abaixo de R$ 2", avaliou.

Para o diretor de câmbio da Pioneer Corretora, João Medeiros, o BC também está fixando um teto informal de R$ 2,05, que levou a instituição a atuar na maioria das vezes.

"Eu acho que ele (o BC) não aceita esse dólar acima de R$ 2,05", disse.

Para Medeiros, o resultado do leilão do BC nesta terça-feira não mostra uma grande demanda, embora lembre que a autoridade monetária tenha mais informações para julgar qual deve ser o tamanho da oferta de contratos e o que o mercado está precisando.

"O BC tem todas as informações de todos os bancos, sabe a posição de cada um, e se há ou não especulação, se está faltando moeda ou não", avaliou.

O diretor de câmbio destacou ainda que o mercado ficará atento aos dados de fluxo cambial referentes a maio, que serão divulgados na quarta-feira.

Os números mostrarão se o BC também está atuando em função de uma saída de dólares do Brasil e para fornecer liquidez ao mercado. Em maio, até o dia 25, o fluxo cambial estava negativo em US$ 2,763 bilhões.

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