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Viajar para São Paulo de ônibus foi a melhor opção para muitos passageiros nesta quarta-feira (18). Um dia depois do acidente do vôo JJ 3054, que se chocou com um prédio próximo ao Aeroporto de Congonhas na noite de terça-feira (17), a procura por passagens rodoviárias para a capital paulista aumentou em até 80%, segundo companhias de transporte rodoviário.

Nas linhas que fazem o trajeto Rio-São Paulo da Viação 1001, que tem sede em Niterói (RJ), a estimativa é de que as vendas tenham crescido entre 70% e 80% de ontem para hoje. Tanto interesse levou a companhia a disponibilizar ônibus extras para atender a demanda – coisa que só acontece em feriados e datas especiais.

"Geralmente os ônibus nas quartas-feiras viajam com apenas metade da capacidade ocupada. Mesmo em época das férias de julho, colocar ônibus extras não é normal, é só em caso de necessidade bem acima da média", afirma o gerente financeiro da companhia, Fellipe Monken Vianna, que não soube informar o número de veículos extras oferecidos.

Segundo Vianna, o aumento no número de passageiros se refletiu em todas as linhas do grupo, que faz viagens para o interior de São Paulo, Santa Catarina, Paraná, e Minas e Espírito Santo. "É triste que esse aumento se dê em razão de um episódio como esse acidente", diz.

Mais segurança

O administrador Max Beniste, de 31 anos, tinha passagem de avião marcada para o meio-dia da quinta-feira (19): depois de acompanhar pelo noticiário a situação nos aeroportos após o acidente, resolveu usar o ônibus para ir do Rio de Janeiro, onde visitava a família, para São Paulo, onde mora e trabalha. "Vai demorar um tempo até eu voltar a viajar de avião. Só quando eles conseguirem oferecer mais segurança e organização para o consumidor. Por enquanto, viajar de ônibus compensa", diz.

Nas companhias que fazem viagens dentro do estado de São Paulo, a demanda também foi maior durante o dia. "O movimento já vinha crescendo há algum tempo, mas hoje foi uns 20% maior. Os passageiros falam que os aeroportos estão complicados, que é melhor não arriscar", diz Maikon Tantini, que vende passagens da viação Manoel Rodrigues no balcão do terminal rodoviário da Barra Funda.

De táxi

A rejeição aos aeroportos foi sentida também entre os taxistas que trabalham nas rodoviárias. No Terminal do Tietê, que recebe visitantes de 21 estados, o número de corridas foi cerca de 20% acima da média diária, segundo o gerenciador da cabine de táxi da rodoviária, Leonardo Alves Moreira.

A movimentação, no entanto, não se refletiu nas estradas: de acordo com as concessionárias que administram as rodovias Dutra, Bandeirantes, Castelo Branco e o sistema Anchieta-Imigrantes, o fluxo de veículos durante o dia foi considerado normal.

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