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As declarações feitas pelo ministro da Educação, Cid Gomes, na noite de quarta-feira, 21, derrubaram as ações das instituições privadas de ensino na quinta-feira, 22. Kroton e Estácio registraram as maiores perdas: a primeira viu seus papéis caírem 6,89% e a segunda, 15,15%.

O ministro afirmou que vai exigir mais rigor das universidades em relação ao Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e que não vai "iludir" jovens a fazer faculdades ruins. Gomes defendeu a medida que restringiu o Fies a estudantes com nota superior a 450 pontos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Anteontem, representantes das grandes companhias do setor (Kroton, Estácio, Anima, Ser Educacional, Laureate e DeVry) estiveram em Brasília para tratar do assunto.

Sem a participação do ministro, as empresas, representadas pela Associação Brasileira para o Desenvolvimento da Educação Superior (Abraes), foram recebidas pelo secretário executivo da pasta, Luiz Cláudio Costa, que tem conduzido as conversas desde o início do mês.

As negociações do setor contra as mudanças no Fies já duram três semanas ainda sem data para acabar. As empresas admitem que não há previsão para conclusão das conversas, enquanto analistas dizem que as companhias estão em "negação" sobre as mudanças anunciadas no fim de 2014.

Enquanto isso, as corretoras já revisam para baixo as estimativas para o setor, que já foi um dos preferidos pelo mercado. Na avaliação dos analistas, a mudança no Fies transforma o setor de forma profunda e os profissionais já trabalham com um cenário em que as novas regras serão permanentes.

Reivindicação

O principal questionamento das empresas de ensino hoje é voltado para outra regra imposta pelo MEC. Logo após determinar a restrição para estudantes de nota baixa no Enem, o MEC editou uma nova portaria que alterou a forma como as empresas são remuneradas por oferecerem o Fies.

A medida vale para todos os contratos, inclusive os já firmados antes da portaria, o que as empresas contestam. Além disso, pela nova regra, companhias de grande porte são tratadas de forma diferente das menores, algo também criticado.

Além do grupo de grandes companhias, outra entidade que representa instituições de ensino privadas decidiu acionar a Justiça contra as mudanças no Fies. A Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), que representa de creches a faculdades, protocolou um mandado de segurança coletivo contra o MEC.

No fim do dia, a Abraes divulgou nota dizendo que "até que a via de diálogo seja completamente esgotada", não tem a intenção de "acionar outros mecanismos disponíveis". Na próxima semana, um novo encontro deve ser marcado em Brasília.

"Advogados não faltam, se não estamos processando judicialmente é porque não tem necessidade", disse a presidente da Abraes, Elizabeth Guedes, em entrevista ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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