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Famílias - Aumento da massa salarial e do crédito eleva consumo

Rio de Janeiro – Embalado pelo aumento da massa salarial e do crédito, o consumo das famílias deu seqüência ao 14.º trimestre consecutivo de alta. Ele cresceu 6% no primeiro trimestre do ano frente ao mesmo período do ano anterior, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A massa salarial apresentou no período um crescimento de 6,4%. A população ocupada avançou 2,4% no trimestre, enquanto a oferta de crédito para pessoa física elevou-se 24,6% em termos nominais.

O coordenador de Contas Nacionais, Roberto Olinto, diz que a apreciação do real frente ao dólar também tem contribuído para estimular o consumo com a entrada de importados. "Existe uma influência do câmbio nos preços, além do reflexo claro na parte de [importação] máquinas e equipamentos’’, disse.

Por outro lado, o crescimento do ritmo das importações acima das exportações no trimestre se acentuou e se refletiu na capacidade de financiamento da economia. Ela se reduziu de R$ 1,537 bilhão, no primeiro trimestre de 2006, para R$ 934 milhões, no primeiro trimestre de 2007.

"A fotografia do primeiro trimestre é bastante similar a de trimestres anteriores. Não se observa grande mudança no consumo das famílias e na balança de bens e serviços."

São Paulo – O tão esperado investment grade (grau de investimento) do Brasil chegou. A agência de classificação de risco Japan Credit Rating (JCR) anunciou a melhora do rating da dívida de longo prazo em moeda estrangeira do país para BBB- e o rating da dívida de longo prazo em moeda local para BBB. As duas notas representam investment grade e tem perspectiva estável.

A classificação significa o reconhecimento de que a aplicação de dinheiro no Brasil é segura e que não há risco para os investidores. Segundo a JCR, os ratings refletem a perspectiva de que o presidente Lula vai levar adiante suas iniciativas de reforma durante seu segundo mandato, com base na força da estabilidade política.

Além disso, a agência aposta na manutenção do superávit primário e na melhora da estrutura da dívida do país. Junta-se a isso a continuidade da política cambial flexível, que conteve a inflação e estabilizou o câmbio, e um balanço externo melhor.

Para a Standard & Poor's, outra agência de classificação de risco, o crescimento do PIB no trimestre, anunciado ontem, não atrasará a promoção do Brasil ao grau de investimento. Segundo Lisa Schineller, diretora de Risco Soberano da companhia, ele não muda a avaliação da agência. "Nós observamos tendências de médio prazo. Além disso, ele ainda está em linha com a nossa projeção para o ano, de 4%", diz. "Se houvesse redução significativa no crescimento no ano, aí sim poderia haver alguma influência na avaliação."

Mauro Leos, vice-presidente da agência de classificação de risco Moody's, a única que ainda não revisou a avaliação do Brasil, também destaca o baixo crescimento nos últimos anos. "Enquanto a média dos demais países está acima de 5%, a do Brasil tem ficado em torno de 3%." Por isso, a evolução do PIB brasileiro não tem tido participação muito positiva para elevar a classificação de risco. "Um crescimento mais robusto da economia ajuda a melhorar diversos indicadores, incluindo os relacionados ao endividamento do país."

O crescimento de 4,3%, no entanto, não é suficiente para impulsionar o país no ranking das maiores economias do mundo e tirá-lo da lanterninha entre os Brics. Se o Brasil crescer 4,4% este ano, o PIB somará US$ 1,177 trilhão, segundo os cálculos do Fundo Monetário Internacional (FMI). Com isso, ficará na 10.ª colocação entre as maiores economias do planeta, mesma posição do ano passado, à frente da Rússia e da Índia.

Mas, segundo o economista-chefe da RC Consultores, Marcel Pereira, essa colocação está ameaçada. "Com crescimento na faixa de 7% ao ano, a Rússia poderá ultrapassar o Brasil até o fim do ano que vem." Para manter-se à frente, o país terá de crescer 5,5% neste ano e no próximo. Entre as 180 economias listadas pelo FMI, o atual ritmo de expansão do PIB coloca o Brasil na 115.ª posição, ante a 131.ª colocação obtida no ano passado.

Depois do anúncio, algumas empresas de consultoria do país ampliaram suas projeções para o crescimento econômico em 2007. Com isso, a maioria delas chegou a 4,5%.

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