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O agronegócio deve ser beneficiado apenas indiretamente pelas medidas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), anunciado nesta segunda-feira pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmaram especialistas do setor, que lamentaram a ausência de medidas específicas para a área.

``A agricultura não foi contemplada, a não ser no quesito da infra-estrutura. Se for cumprido o que está colocado, atende em muito um dos problemas, que é o logístico'', disse o superintendente técnico da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), Ricardo Cotta, por telefone.

O ex-ministro Roberto Rodrigues, hoje coordenador do Centro de Agronegócio da Fundação Getulio Vargas, concordou com Cotta.

Para ele, ``embora, surpreendentemente, não tenha nenhuma medida específica em favor da agropecuária e do agronegócio, (o pacote) tem efeitos indiretos potencialmente favoráveis para o setor rural''.

``É o caso do investimento em infra-estrutura, especialmente a anunciada melhoria do Porto de Santos, por onde sai a maior parte das exportações do agronegócio, sobretudo se tais melhorias de fato forem acopladas à implementação do Rodoanel e das rodovias e ferrovias que servem a região'', afirmou o ex-ministro, em um comunicado.

``Em suma, não obstante ser lamentável o fato de não haver nenhuma medida diretamente relacionada com o maior setor da economia brasileira -o agronegócio- os efeitos indiretos do PAC para o setor são positivos.''

De acordo com o superintendente técnico da CNA, ainda que o setor agrícola possa ser beneficiado com os investimentos anunciados em infra-estrutura, eles representam apenas pouco mais de 10 por cento do total previsto no PAC, de mais de 500 bilhões de reais.

``O grande montante diz respeito a energia, e aí é investimento da Petrobras, que iria investir com ou sem pacote'', completou Cotta.

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