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Quem voltou nesta Quarta-feira de Cinzas do feriado de carnaval com o tanque vazio levou um susto na hora de abastecer. O preço da gasolina chegou a R$ 2,67 e o do álcool a R$ 2,19 nas bombas de alguns postos de combustíveis em Curitiba. O aumento médio foi de 4% na gasolina e de 11% no álcool (veja tabela). A disparada de preços ocorreu no dia em que entrou em vigor a resolução n.º 35 do governo federal, que reduziu de 25% para 20% a adição de álcool na gasolina. Ironicamente, a medida tem por objetivo reduzir o custo do álcool, que está pressionado pela entressafra e pela alta demanda.

Susto

A alta no preço do álcool já era esperada, mas assustou até os donos de postos. Guilherme Tetü, dono do Posto Texaco no Seminário, ficou surpreso ao consultar a distribuidora. O litro do álcool subiu de R$ 1,66 para R$ 2,01. A alta foi imediatamente repassada por ele para o consumidor. O aumento foi de R$ 0,40 por litro, ou 22%. A gasolina subiu menos e passou para R$ 2,57. "O preço do álcool nunca chegou tão perto do da gasolina", lembra Tetü. Assim que mudou os preços nas placas o movimento do posto caiu. "Talvez tenhamos que mexer nos preços e reduzir a margem", conclui Tetü, que lembra que os donos de carros bicombustíveis, que já vinham abastecendo com a gasolina, devem fugir de vez do álcool.

O engenheiro Rodrigo de Bem, cliente antigo do Texaco do Seminário, ficou revoltado ao chegar no posto. "O consumidor sempre perde pois o dono do posto comprou o combustível que está colocando no meu carro por um preço menor. A alta na distribuidora vale a partir desta quarta-feira e o dono do posto ainda não pagou mais caro", reclamou.

Oscilação

Os preços ainda oscilam entre regiões e postos na cidade, mas a previsão do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis do Estado do Paraná (Sindicombustíveis) é que até sexta-feira o reajuste nas distribuidoras seja repassado ao consumidor nas bombas.

O bancário Josué Correa começou a semana pós-carnaval no posto, com o tanque vazio. Ele não chegou a sentir no bolso a diferença do aumento porque colocou os habituais R$ 50,00 de gasolina. Mas já sabe que vai ter que voltar logo para abastecer. "Achei péssimo o preço. Principalmente por causa da oscilação", reclama.

O aumento do preço da nova mistura de gasolina também já era previsto. Como a gasolina é mais cara que o álcool, a previsão do Sindicombustíveis era que o preço médio praticado no Paraná subisse de R$ 2,50 para R$ 2,58. O aumento, no entanto, ficou além das expectativas."Os números que coletamos assustam. Nossa previsão era de alta de 2,6% no preço da gasolina, mas até agora ela já subiu 4% em média", diz o presidente do sindicato, Roberto Fregonese.

Veja na reportagem em vídeo como foi a reação dos motoristas

Ministro fala em 'minicrise do álcool'

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