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Limpeza das mãos com álcool gel: propriedade bactericida só surge acima dos 70 graus | Roberto Custodio/Jornal de Londrina
Limpeza das mãos com álcool gel: propriedade bactericida só surge acima dos 70 graus| Foto: Roberto Custodio/Jornal de Londrina

Postos e restaurantes têm menos movimento

Ainda não existem dados estatísticos que mostrem o impacto da gripe A sobre a economia brasileira. No entanto, sinais pontuais em alguns setores já mostram queda de movimento, e faturamento, por causa da doença e das orientações para que as pessoas evitem aglomerações.

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Cultura

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Higienização

Água e sabão resolvem o problema

O médico José Luiz Andrade Neto, professor dos departamentos de Infectologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e da Pontifícia Universidade Católica (PUC), afirma que, apesar da pandemia de gripe A, não há motivo para a população comprar álcool gel desenfreadamente. O motivo, explica, é o fato de que a dobradinha água e sabão cumpre exatamente o mesmo papel que o álcool na higienização das mãos. "Água e sabão resolvem muito bem o problema, com a vantagem de ser uma opção mais barata. Isso desde que as mãos sejam lavadas corretamente (ver infográfico ao lado)", ressalta o médico.

Andrade explica que as mãos devem ser higienizadas sempre que a pessoa tocar em alguma superfície que possa ter secreção de alguém contaminado, como corrimãos ou suportes de ônibus. A medida também deve ser tomada após se cumprimentar outra pessoa.

Se a opção for realmente pelo álcool gel, o consumidor deve estar atento às especificações da embalagem. Segundo o consultor técnico da Associação Brasileira dos Produtores e Envasadores de Álcool (Abrapea), Ary Alcântara, a principal delas é em relação à concentração do produto. "Para higienização das mãos, o álcool deve ser acima de 70 graus. Abaixo desse valor ele não cumpre as funções bactericidas e germicidas", explica.

Outra precaução, aponta Alcântara, é verificar se o produto tem o selo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro). (MXV)

  • Veja como fazer a higiene das mãos adequadamente

O Ministério Público do Paraná solicitou ontem que a Pro­cu­radoria de Defesa do Consumidor (Procon-PR) verifique se houve aumento abusivo no preço do álcool gel desde a chegada da pandemia de gripe A (H1N1) ao país, no mês de junho. O litro do produto, usado na higienização das mãos para evitar o contágio, custava no começo do ano aproximadamente R$ 5. Agora, chega a ser vendido em algumas farmácias por até dez vezes mais: R$ 50.

A reportagem visitou ontem oito redes de farmácias de Curitiba e apenas três tinham o produto. Segundo os comerciantes, os fornecedores não estão atendendo à demanda e não conseguem entregar as encomendas. Nas três farmácias em que o produto era oferecido, o álcool gel era manipulado e vendido somente sob encomenda, no valor R$ 50 o litro. Já o produto fornecido pela indústria às farmácias custaria na prateleira a metade do álcool manipulado, R$ 25 o litro.

O consultor técnico da Associação Brasileira dos Pro­dutores e Envasadores de Álcool (Abrapea), Ary Alcântara, afirma que ambos os preços, R$ 25 e R$ 50, são abusivos. "Não tem porque o litro custar mais do que R$ 5. Mesmo que seja manipulado, porque a fórmula é a mesma, seja na indústria ou em um laboratório de manipulação", enfatiza Alcântara. O consultor da Abrapea ressalta ainda que, se o álcool gel subiu, outros produtos também deveriam subir de preço. "O álcool combustível, por exemplo também teria que subir, uma vez que são as mesmas usinas que produzem os dois produtos", enfatiza.

Custo alto

As redes de farmácia Nissei e Minerva afirmam que estão vendendo o litro do produto a R$ 50 pelo custo da manipulação. Ambas obtiveram há poucos dias licença da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para produzir álcool gel. Pela assessoria de imprensa, a Nissei afirma que, ao contrário da indústria, não consegue produzir em grande escala, o que influenciaria o preço mais alto. A mesma explicação foi dada pelo consultor de marketing da Minerva, Nelson Goulart.

O representante da Minerva também informou que até sexta-feira a rede deve receber um lote de álcool gel encomendado de um fornecedor na metade do mês passado. "O preço desse álcool vindo da indústria será menor, em torno de R$ 14 o frasco com meio litro (R$ 28 o litro)", informa Goulart.

Punição

Até ontem, nenhuma reclamação sobre o preço do álcool gel havia chegado à Promotoria de Justiça e Defesa do Consumidor do Ministério Público. Entretanto, se o Procon constatar que houve aumento abusivo, a empresa – seja ela do atacado ou do varejo – será denunciada pelo MP à Justiça.

A punição à empresa que aumenta o preço de um produto sem justa causa é multa, apreensão do produto, suspensão temporária da atividade ou interdição administrativa. O aumento abusivo também pode configurar infração à ordem econômica. Neste caso, o Conselho Admi­nistrativo de Defesa Econômica (Cade), autarquia do Ministério da Justiça, pode aplicar multa no valor entre 1% e 30% do faturamento da empresa no último ano.

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