O procurador da República em Cascavel, Carlos Henrique Macedo Bara, disse ontem que a Agência Nacional do Petróleo (ANP) ignorou várias recomendações para suspender o leilão para exploração de gás de xisto no Oeste do Paraná. O maior problema era a falta de estudos técnicos sobre os impactos ambientais que o método de fracking pode causar ao meio ambiente. Bara é o responsável pela ação civil pública que resultou na liminar que suspendeu a licitação.
Segundo o promotor, no ano passado a 4.ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal (MPF) em Brasília, que é especializada em matéria ambiental, recomendou à ANP que não procedesse a abertura do leilão, mas a recomendação foi ignorada. "Houve um posicionamento totalmente contrário porque não há uma análise ambiental de áreas sedimentares, estudo que deveria ter sido feito", informou.
Além disso, a agência também não levou em consideração pareceres de organismos ambientais, inclusive do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) que indicou que havia áreas de preservação ambiental dentro dos lotes que integraram a 12.ª rodada de licitações.
A ANP não quis comentar as declarações do procurador, mas informou que vai recorrer da decisão judicial.