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Confira as etapas do estudo considerado o maior ja realizado no país |
Confira as etapas do estudo considerado o maior ja realizado no país| Foto:

Direção de agência tira dúvidas sobre setor

A Agência Nacional do Petróleo (ANP) deu início ontem, em Curitiba, ao programa ANP Itinerante no Paraná. O estado é o terceiro da federação – e o primeiro da Região Sul – a receber o projeto. O diretor-geral, Haroldo Lima, técnicos e especialistas da ANP vieram à capital para promover palestras sobre fiscalização do abastecimento, direito dos consumidores, monitoramento da qualidade de combustíveis, matriz energética e meio ambiente.

Segundo Lima, as ações de fiscalização da agência fizeram o índice de não conformidade (adulteração) dos combustíveis cair de 12% em média para cerca de 3% nos últimos cinco anos em todo o país. "A adulteração cresce quando a fiscalização fraqueja. Por isso é importante que os consumidores também atuem como fiscais", afirma Lima.

Em 2008 a ANP realizou 832 ações no Paraná, com 25 interdições e 329 autuações. Neste ano, até maio, foram 383 ações, com 4 interdições e 102 autuações. Na capital foram 15 autuações e 1 interdição, em 57 ações promovidas pela agência.

Receita

Estados ganham com royalties

Mais do que a atração de grandes investimentos e a geração de empregos, a eventual descoberta de jazidas viáveis de petróleo e gás no Paraná pode representar uma generosa injeção de recursos no Tesouro do estado, através do pagamento dos "royalties do petróleo".

Os royalties são uma compensação financeira, determinada por lei, devida pelas empresas concessionárias produtoras de petróleo e gás no território brasileiro. Em 2008 foram distribuídos cerca de R$ 11 bilhões em royalties.

Esses recursos são divididos proporcionalmente entre os municípios produtores (35%), estados (30%), Comando da Marinha (10%), Ministério da Ciência e Tecnologia (10%) e a um fundo especial administrado pelo Ministério da Fazenda.

Dos dez estados beneficiados pelos royalties do petróleo, o Paraná é o que recebe a menor fatia. Dos créditos acumulados de janeiro a abril deste ano, o estado recebeu apenas 0,008% do total – R$ 84,7 mil dos cerca de R$ 1,02 bilhão. O campeão de repasses é o Rio de Janeiro, que sozinho abocanha quase 70% dos recursos, o equivalente a R$ 710 milhões. (ACN)

  • Campo de gás natural em Pitanga, Centro do estado, vai produzir 200 mil metros cúbicos por mês

O Paraná está no mapa do mais audacioso plano já realizado na procura por petróleo no território brasileiro. O diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Haroldo Lima, anunciou ontem, em Curitiba, o investimento de cerca de R$ 100 milhões em um estudo exploratório da Bacia do Paraná com o objetivo de encontrar óleo e gás na região. A área de 1,12 milhão de quilômetros quadrados, que abrange oito estados – de Goiás ao Rio Grande do Sul, incluindo o Paraná –, é a maior bacia sedimentar do território brasileiro, mas o conhecimento sobre o potencial petrolífero deste sistema ainda é considerado precário.

O investimento é parte dos R$ 1,55 bilhão anunciados em 2008, que serão aplicados pela ANP em pesquisas nas 24 bacias brasileiras até o fim de 2012. O volume destinado à pesquisa da Bacia do Paraná já foi licitado e contratado e representa cerca de 69% dos investimentos da ANP em 2009.

O estudo quer aprofundar o conhecimento do sistema geológico da Bacia do Paraná, indicando regiões com potencial de existência de petróleo e gás que, posteriormente, serão licitadas para exploração. O estudo é limitado à plataforma continental e não contempla explorações submarinas (offshore) ou em áreas do pré-sal.

O interesse pelo potencial petrolífero da Bacia do Paraná teve início no fim do século 19, mas a intensificação das atividades exploratórias deu-se apenas a partir da década de 1950, com a criação da Petrobras. Mesmo assim, a densidade de furos na área é considerada baixa, com um poço a cada 9 mil quilômetros quadrados. Dos 124 poços exploratórios perfurados até hoje, apenas 44 foram feitos com apoio de dados sísmicos. Destes, 16 poços indicaram a presença de gás, 5 de óleo e 2 de gás condensado. Outros 87 poços foram classificados como secos.

"Se não há conhecimento e um bloco é colocado em licitação, não aparece nenhum interessado", justifica o diretor-geral da ANP. As tentativas de licitação na área comprovam essa tese. Entre 1998 e 2008, 11 blocos da Bacia do Paraná foram licitados em cinco rodadas. Dois blocos arrematados foram devolvidos pelas concessionárias Petrobras e pela norte-americana El Paso. Outros oito blocos não foram alvo de nenhuma oferta e apenas um bloco de exploração foi arrematado, mas o concessionário desistiu de assinar o contrato.

Promessa

Os melhores resultados na região foram obtidos no campo de Barra Bonita, no município de Pitanga (região Central), que entra em operação ainda este ano com produtividade superior a 200 mil metros cúbicos de gás por dia. Ainda no Paraná, outro poço, no município de Mato Rico, mostra "resultados promissores", de acordo com a ANP.

Sobre a probabilidade de que de fato se encontrem grandes jazidas de petróleo na região, Lima prefere não arriscar. "É cedo para afirmar qualquer coisa. As licenças ambientais estão sendo concedidas e uma parte dos técnicos apenas iniciou o trabalho de campo", justifica.

O mapeamento aéreo da região tem previsão para ser concluído em 2010. Já as análises do solo devem se encerrar em agosto de 2011. Uma parte do estudo prevê a coleta de amostras do solo em grandes eixos geográficos, chamados de "linhas sísmicas", para posterior análise em laboratório de sua composição química. A linha Norte-Sul, entre o Paraná e Rio Grande do Sul tem aproximadamente 700 quilômetros de extensão.

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