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As vendas e produção de computadores não apenas permanecem aquecidas como deverão prosseguir em expansão de dois dígitos, apesar da crise mundial e seus efeitos sobre o crédito e o câmbio no País. Esses produtos, que já vêm registrando aumento significativo na produção industrial e nas vendas varejistas há cinco anos, deverão manter crescimento acima da média do varejo e da indústria nos próximos meses, segundo especialistas.

De janeiro a agosto, as vendas varejistas de equipamentos de informática aumentaram 31,3% ante igual período do ano passado, na maior expansão entre as 10 atividades pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O crescimento ocorre sobre base elevada, já que este segmento já vinha de aumentos anuais em 2007 (29,5%); 2006 (30,0%); 2005 (54,0%) e 2004 (10,0%).

O técnico da coordenação de serviços e comércio, Nilo Lopes, disse que essa atividade prossegue em crescimento vigoroso - em agosto, houve aumento de 33,7% ante igual mês do ano passado - porque ainda é beneficiado pelo fôlego dos preços baixos e do crédito. Como parte dos componentes de computadores é importada, o dólar baixo favoreceu a queda de preços dos produtos de informática nos últimos anos.

De janeiro a setembro de 2008, segundo o IPCA, os preços de microcomputadores caíram 9,05%. Lopes avalia que essa atividade deverá sofrer algum efeito da alta do dólar e da restrição do crédito resultantes da crise, ainda que seja difícil determinar qual vai ser a magnitude do impacto. O diretor-executivo do Instituto de Desenvolvimento do Varejo (IDV), Emerson Kapaz, também acredita que haverá algum impacto da crise nesse segmento, mas será apenas "um ajuste em um crescimento que tem sido assombroso, acima de qualquer expectativa".

Ele avalia que se as vendas dessa atividade caírem para um patamar igual à metade do atual, para algo em torno de 18%, "ainda assim será muito alto". Para 2009, ele avalia que o cenário ainda é nebuloso, mas o ajuste esperado será bem-vindo. "Esse ajuste vai ajudar o consumidor a racionalizar as compras, o que ajudará a evitar uma inadimplência futura. O crescimento está acima do normal", afirmou.

Além do varejo, a indústria também continua registrando forte aumento na produção de computadores, segundo observou o economista da coordenação de indústria do IBGE, André Macedo. Segundo ele, a produção de computadores, que vem crescendo significativamente desde 2003, aumentou 15% no acumulado de janeiro a agosto deste ano. Somente em agosto, houve expansão de 33% ante igual período do ano passado.

O economista do IBGE ressalta que os dados do IBGE ainda não incluem os notebooks, que vêm mostrando destaque na produção desse segmento, ou seja, o aumento apurado pela pesquisa industrial do instituto poderia ter sido ainda maior se incluísse os computadores portáteis.

Positivo

Os números preliminares do balanço do terceiro trimestre da Positivo Informática confirmam a continuidade da expansão da indústria de computadores até setembro. A empresa vendeu 437,3 mil PCs de julho a setembro, volume que representa aumento de 41,5% em relação ao mesmo período de 2007.

No caso específico dos notebooks, foram comercializadas 142,2 mil unidades no período, o que representa um crescimento de 170% em relação ao terceiro trimestre do ano passado. Os executivos da Positivo não comentaram os resultados preliminares porque estão em período de silêncio que antecede a divulgação do balanço, que acontecerá no dia 4 de novembro.

Apesar da alta do dólar e da perspectiva de aumentos de preços, a Ricardo Eletro, uma das maiores redes varejistas do País, com mais de 200 lojas em sete Estados, informa por meio de assessores, que não pretende reajustar preços. O argumento é que o estoque de artigos de informática na empresa é elevado e permitirá evitar uma correção dos preços para os consumidores. A decisão de manter os preços, segundo assessores, atende também ao objetivo da empresa de tornar-se referência nas vendas desses produtos.

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