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Nervosismo em mais um dia tensão na Bovespa | Reuters
Nervosismo em mais um dia tensão na Bovespa| Foto: Reuters

Entenda o que é o "circuit breaker"

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) acionou nesta sexta-feira (10) - pela terceira vez na semana - o circuit breaker, mecanismo que controla a oscilação dos indicadores. Na semana passada, o indicador também foi acionado. Foi, então, a primeira vez que o mecanismo foi usado desde 14 de janeiro de 1999, na véspera da adoção do câmbio livre no país.

O circuit braker é um mecanismo de controle da variação dos índices. Quando as cotações superam limites estabelecidos de alta ou de baixa, as negociações são interrompidas, para evitar movimentos muito bruscos.

Na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), o circuit breaker é disparado quando a baixa do Índice Bovespa (Ibovespa) atinge os 10%. Os negócios são então paralisados por trinta minutos e retomados em seguida.

Depois da retomada do pregão, se a queda persistir, os negócios são novamente interrompidos quando a baixa chega a 15%. Desta vez, a paralisação é de uma hora. 11 de setembro -

No dia dos atentados terroristas contra os Estados Unidos, 11 de setembro de 2001, os negócios também foram interrompidos na Bovespa, mas o circuit breaker não foi acionado.

Naquele dia, o índice Bovespa recuou 9,17% em pouco mais de uma hora de negócios. No entanto, antes que as negociações fossem interrompidas, a bolsa fechou, seguindo um movimento feito pela maioria das bolsas do mundo. A reabertura só ocorreu no dia seguinte.

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) retoma com perdas suas negociações nesta sexta-feira (10), após ter interrompido os negócios com o circuit breaker às 10h35, pela terceira vez nas semana, devido a uma queda superior a 10%. Por volta das 14h23, o Ibovespa - principal referência do mercado brasileiro - mostrava uma baixa de 8,02%, aos 34.107 pontos.

A influência da ação coordenada de vários bancos centrais mundiais na quarta-feira, com cortes de juros, se dissipou e voltou a dar lugar ao caos. No mundo todo, os mercados sofrem fortes perdas com o alastramento da crise. Nem mesmo o discurso do presidente Bush - que disse que está agindo "e continuará a agir" para restaurar a estabilidade - conseguiu acalmar a maior parte das bolsas.

Na bolsa paulista, também contribui para o pessimismo o fato de algumas empresas importantes estarem enfrentando dificuldades com posicionamentos financeiros importantes em dólar. Assim como Sadia e Aracruz, os agentes lidam com suspeitas de outras grandes empresas listadas com problemas. Hoje, o Grupo Votorantim, que tem o capital fechado, anunciou perda de R$ 2,2 bilhões com operações de swap com verificação em dólar.

Na Europa, por volta das 13h (horário de Brasília), a bolsa de Londres recuava 8,48%. Em Paris, o CAC 40 perdia 7,73%; na Alemanha, o DAX caía 8,05%. Já o indicador espanhol Ibex recuava 9,14%. As autoridades reguladoras dos mercados russos impediram que as bolsas de Moscou, uma cotada em dólares (RTS) e outra em rublos (Micex), abrissem esta sexta.

Na Ásia, as bolsas registraram seu pior dia desde o início da crise. Em Tóquio, o índice Nikkei chegou a recuar 11,38%. Acabou fechando no vermelho de 9,62%, seu pior desempenho desde 28 de maio de 2003. Numa tentativa de alavancar o mercado, o Banco do Japão (BOJ) forneceu 3,5 trilhões de ienes (US$ 35,4 bilhões) para aliviar a situação do setor financeiro. A turbulência derrubou a companhia de seguros japonesa Yamato Life Insurance, que pediu a proteção da lei de falências.

Em Hong Kong, o índice Hang Seng encerrou em queda acentuada de 7,19%. Em Seul, a bolsa sul-coreana mergulhou 4,13%. A Bolsa de Valores de Xangai resistiu aos índices alarmantes dos principais mercados asiáticos, mas também encerrou o pregão no vermelho: 3,57%.

Panorama nos EUA

Em Nova York, após registrarem recuos de quase 8% na abertura, as bolsas reduziram suas perdas - O Dow Jones chegou a operar de modo positivo por alguns momentos - mas agora volta a registrar fortes recuos. Por volta das 14h26, o Dow Jones caía 4,57%.

Na quinta-feira, o Dow Jones desmoronou 7,33%, a 8.579 pontos, em meio aos números negativos de algumas das maiores empresas do país e de temores que o corte coordenado de juros das principais economias mundiais possa não ser ser suficiente para impedir uma recessão global.

Medidas drásticas

Para tentar conter o caos dos mercados, o governo dos EUA está estudando duas medidas drásticas para tentar resolver os problemas dos mercados financeiros, segundo reportagem do "Wall Street Journal" desta sexta: garantir bilhões de dólares em dívida bancária e assegurar temporariamente todos os depósitos em bancos no país. Se as decisões forem implementadas, elas significarão a mais ampla intervenção governamental já ocorrida no sistema.

Os investidores também acompanham o encontro do G7 em Washington, que reúne economista e presidentes de bancos centrais das economias desenvolvidas. As discussões serão sobre a crise e possíveis soluções globais que evitem o colapso econômico no mundo tudo.

Os países do G20, do qual faz parte o Brasil, se reúnem no sábado. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, também cumprem agenda nesta sexta em Washington.

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