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Executiva encarregada de dar mais diversidade ao RH da empresa confessou que isso era uma tarefa bastante difícil. | Andrew Harrer/Washington Post
Executiva encarregada de dar mais diversidade ao RH da empresa confessou que isso era uma tarefa bastante difícil.| Foto: Andrew Harrer/Washington Post

A chefe de recursos humanos da Uber, Liane Hornsey, se demitiu na última terça-feira (10) após uma investigação sobre como ela lidou com as alegações de discriminação racial na empresa, marcando a mais recente saída de um executivo de alto nível da plataforma.

Segundo a Reuters, uma investigação interna foi iniciada depois que denunciantes anônimos afirmaram que Hornsey sistematicamente rejeitou as alegações de discriminação racial, o que levou à sua renúncia.

Em e-mail enviado à equipe sobre a renúncia e obtido pelo Washignton Post, Hornsey e a executiva-chefe Dara Khosrowshahi não mencionaram nada sobre o resultado da investigação. “Eu sei que isso vem de forma repentina para alguns de vocês, mas eu já venho pensando sobre isso há algum tempo”, disse Hornsey.

Ela agradeceu aos colegas e expressou orgulho por “nossa ética compartilhada de fazer o que é certo para nossos funcionários”. Khosrowshahi elogiou Hornsey em um e-mail separado, escrevendo que “ela conquistou muitas coisas” e descrevendo-a como “incrivelmente talentosa, criativa e trabalhadora. Ela tem sido um membro valioso da minha equipe de liderança”.

A Uber não quis comentar o assunto.

Hornsey começou na Uber em 2017, semanas antes de a engenheira Susan Fowler publicar seu explosivo memorando sobre assédio e discriminação na empresa. Antes da Uber, ela já havia trabalhado no SoftBank e no Google.

Sua chegada foi imediatamente consumida pelas consequências das alegações de Fowler, a necessidade de renovação da cultura da gigante tecnológica e a implementação das 47 recomendações feitas pelo ex-procurador-geral dos Estados Unidos, Eric Holder, após uma investigação interna.

Em outubro do ano passado, Hornsey conversou com o Wall Street Journal, dizendo que a empresa estava fazendo progressos na maioria das recomendações, mas também descrevendo a dificuldade em encontrar candidatos diversos na área de engenharia.

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Ela disse que a empresa implementou práticas como saídas mais cedo para jantares e trabalho em meio período, além de realizar 200 sessões de audição com funcionários e utilizar especialistas em mulheres, diversidade e inclusão em entrevistas ao contratar engenheiros e incentivar recrutadores a buscar candidatos mais diversos. Ela também lembrou que em seu primeiro encontro com Khosrowshahi, sua última pergunta foi “Liane, como você está levando a sério a diversidade? Como a organização sabe que você está levando a sério a diversidade? O que você está fazendo especificamente para as mulheres?”

Mas ela também percebe que era “muito difícil” implementar a Regra de Rooney – uma abordagem de contratação que exige que os empregadores entrevistem pelo menos uma mulher ou minorias subrepresentadas para certos cargos – para trabalhos de engenharia.

E embora ela tenha dito que agradeceu publicamente a Fowler, ela disse: “Eu não sei se haveria algum benefício em conhecê-la”. Isso provocou várias reações de Fowler no Twitter, que escreveu que “ela realmente não gosta de mim”.

O pedido de demissão de Hornsey vem após uma série de saídas de altos executivos da Uber desde 2017. A executiva encarregada de consertar a moral da empresa, Bozoma Saint John, por exemplo, deixou a Uber no mês passado, depois de apenas um ano. Ela foi contratada depois de um tumultuado ano de escândalos na Uber que acabou levando o ex-cofundador e executivo-chefe Travis Kalanick a se afastar do cargo de CEO. Ainda no ano passado, entre outros executivos que deixaram a Uber, estavam o chefe da área de finanças e o principal advogado da empresa.

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