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| Foto: Ana Volpe/Agência Senado

A Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, vinculada ao novo Ministério da Economia, divulgou nesta quarta-feira (23) os dados de 2018 do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que mede a criação de vagas com carteira assinada. Após três anos de queda, com saldo negativo, o país voltou a criar vagas. O saldo do ano passado ficou em 529.554 vagas formais. É o melhor número desde 2013, mas praticamente metade do previsto por economistas e consultorias ainda no início do ano.

Após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, o país seguiu em forte trajetória de queda dos empregos. O movimento se atenuou em 2017 e iniciou um processo gradual de recuperação a partir de 2018. A melhora do saldo, porém, não foi suficiente para que Temer entregasse o governo com um estoque mais alto do que o registrado quando assumiu o posto. Quando o emedebista assumiu a Presidência da República em maio de 2018, o estoque de empregos com carteira assinada no país era de 38,8 milhões. Em dezembro de 2018, mês de fechamento de seu governo, o número ficou em 38,4 milhões, estoque que compreende todos os dados enviados pelos empregadores, inclusive os entregues fora do prazo.

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Uma das consultorias que teve de rever suas expectativas foi a Tendências. A estimativa inicial da consultoria era de criação de até 1 milhão de empregos formais Ainda no meio de 2018, essa projeção foi revisada para até 450 mil. Para 2019, a projeção da Tendências é de que 800 mil postos formais de trabalho sejam criados.

De maneira geral, as perspectivas para a economia são favoráveis para 2019: a expectativa de bancos e consultorias ouvidos pelo Banco Central é de uma expansão de 2,57% no PIB, segundo o último Boletim Focus de segunda (21). E se elas se concretizarem, o novo ano será favorável para emprego. Especialistas ouvidos pela Gazeta do Povo no início deste ano apontam que muitas empresas estão com quadros e equipes reduzidas. Para atender à expansão da demanda vão precisar contratar pessoal. Mas isso também quer dizer que o ano não será tão favorável assim para aumentos salariais, a não ser em áreas de alta demanda. Entre elas, estão a tecnologia da informação, de serviços financeiros e vendas.

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Trabalho intermitente fecha 2018 com 5.887 postos, mostra Caged

Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) indicam que o último mês de 2018 terminou com a criação líquida de 5.887 empregos com contrato intermitente e o fechamento de outras 2.266 vagas pelo sistema de jornada parcial. As duas novas modalidades foram criadas pela reforma Trabalhista.

De acordo com os dados do Ministério do Economia, o emprego intermitente registrou criação total de 8.968 postos ao mesmo tempo em que houve fechamento de 3.081 vagas.

Por setor, o comércio liderou no mês e registrou saldo positivo de 2.742 empregos intermitentes. Em seguida, aparecem serviços (1.556 empregos), construção civil (859 empregos) e a indústria da transformação (598 empregos).

Salário médio de admissão teve pequeno aumento real

O salário médio de admissão nos empregos com carteira assinada teve alta real, mas de apenas 0,21% em dezembro de 2018 ante o mesmo mês de 2017, para R$ 1.531,28.

Para o secretário de Trabalho da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Dalcolmo, a pequena alta real do salário de admissão na comparação anual se deve ao nível ainda elevado de ociosidade na economia.

“Na retomada de uma retração econômica longa, primeiro percebemos uma alta do emprego informal - que não é o que desejamos. Na sequência, ocorre a abertura de mais vagas com carteira assinada e só depois observamos um crescimento nos salários de admissão. É um processo”, argumentou o secretário

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