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Um otimismo tímido marcou a última sessão de uma semana farta em recordes no mercado acionário brasileiro.

Refletindo o continuado fluxo de recursos para bolsas no mundo todo, o Ibovespa, principal índice de ações brasileiro, subiu 0,49 por cento nesta sexta-feira, para 64.071 pontos, novo pico de fechamento em 2009, o quarto só nesta semana.

O anticlímax foi o giro financeiro do pregão, 4,79 bilhões, abaixo da média recente, com investidores evitando montar posições mais agressivas antes de três dias sem pregão, devido ao feriado em 12 de outubro.

Apesar do giro fraco, profissionais do mercado avaliaram que investidores seguiram embutindo nos preços a possibilidade de que muitas empresas de grande porte sigam a trilha das norte-americanas Alcoa e Pepsi, que abriram a temporada de balanços do terceiro trimestre no exterior reportando números acima das expectativas.

"Se os resultados das empresas vierem positivos, podem levar as ações mais para cima", disse o diretor de renda variável da Finabank Corretora, Edson Roberto Marcellino.

Em Wall Street, o Dow Jones subiu 0,8 por cento neste pregão e 4 por cento na semana. No mercado local, o Ibovespa teve valorização na semana de 4,7 por cento, ampliando o ganho no ano para 70,6 por cento.

Após tamanha alta, no entanto, analistas de bancos e corretoras vêm divergindo sobre as causas da escalada e até onde ela pode ir. Parte considera que as ações já subiram além do que poderiam ser considerado racional e que expectativas de lucros maiores de empresas são apenas um pretexto para justificar o excesso de liquidez no mercado.

"Tem dinheiro demais pra ativos de menos", disse o analista Gabriel Goulart, da Mercatto Investimentos, no Rio de Janeiro. "E as empresas estão tendo bons resultados mais por redução de custos do que por aumento das vendas", completou.

A fartura de dinheiro foi apontada por especialistas como uma das responsáveis pelo resultado da oferta de ações do Santander Brasil, que movimentou 14,1 bilhões de reais, no maior IPO da história da Bovespa.

Mas a visão de que o mercado já estaria inflado não é unânime. O JPMorgan considera que, apesar do recente rali, ainda não é hora de o investidor se desfazer das ações.

"Nós vemos potencial de alta liderada pela perspectiva de robusto crescimento econômico, potente fluxo de recursos e revisões para cima das previsões de lucros das empresas", segundo trecho de documento do banco liberado nesta sexta-feira.

Segundo levantamento feito pela Economática, mesmo após a expressiva valorização acumulada no ano até a véspera, os papéis de várias empresas brasileiras ainda estão distantes de se recuperar inteiramente do tombo sofrido no ano passado.

É o caso dos papéis das blue chips Petrobras e Vale, que ainda acumulam desvalorização de 14 a 20 por cento desde o final de 2007.

Nesta sexta-feira os ativos dessas companhias, juntamente com o setor bancário, estiveram entre os principais responsáveis pelo avanço do Ibovespa.

A ação preferencial da Petrobras ganhou 0,54 por cento, a 35,64 reais, enquanto a preferencial da Vale teve ganho de 0,4 por cento, a 38,76 reais.

Na ponta de baixo, Vivo caiu 3,55 por cento, a 48,10 reais, devolvendo parte da expressiva alta da véspera, de 7,3 por cento.

Em relatório, a Banif Corretora reduziu de "comprar" para "neutra" a recomendação para os papéis da operadora de telefonia móvel, diante da avaliação de que o potencial de valorização já não está mais tão atrativo.

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