• Carregando...

A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) quer devolver por 90 dias a manutenção do corredor de exportação aos operadores portuários e exige o ressarcimento de R$ 166,2 mil, gastos nos dois últimos meses em conserto de equipamentos. Os técnicos da Appa consideram que os problemas ocorridos recentemente, como defeito em carregadores, em moegas dos armazéns e até elétricos, são decorrentes da falta de investimento em conservação. Esses investimentos, segundo a Appa, deveria ter sido feitos pelos próprios operadores, que eram responsáveis pela manutenção desde 2000 até o início de abril deste ano, quando a Appa assumiu o trabalho.

As empresas operadoras fizeram uma contraproposta de arcar com os custos e com a manutenção, desde que fiquem responsáveis pelo serviço até 2010 – e não por apenas 90 dias. As partes não haviam chegado a um acordo até o início da noite de ontem.

De acordo com os operadores, vários problemas técnicos prejudicaram o embarque de grãos nos últimos dias. Entre eles, alguns equipamentos como pás carregadeiras e moegas ficaram paralisados entre sábado e domingo pela falta de óleo diesel. Também teriam ocorrido atrasos em razão de parada para limpeza de um ship loader (carregador), que levou mais tempo que o necessário pela falta de eletricista de plantão. Outro problema relatado é a falta de giro (motor) em um carregador.

Até abril, os operadores recolhiam um valor sobre o volume exportado para financiar a manutenção do corredor de exportação, área reservada para a movimentação de grãos, que conta com armazéns verticais e esteiras que fazem a conexão para o navio. A administração desse fundo ficava por conta da Associação Comercial Industrial e Agropecuária de Paranaguá (Aciap), que faz forte oposição à gestão de Eduardo Requião na Appa.

De acordo com o presidente da Aciap, Alceu Claro Chaves, o valor arrecadado girava entre R$ 350 mil a R$ 400 mil por mês. "Isso não era visto como um gasto, mas sim como um investimento, pois permitiu aos operadores aumentarem a produtividade", afirmou.

Para ele, a exigência que a Appa fez para retomar a conservação das máquinas foi uma tentativa de atingir a Aciap. "O superintendente começou a falar que sabotamos o equipamento e agora exige até que prestemos conta dos valores arrecadados com os operadores, o que não tem relação nenhuma com a Appa", afirmou. A proposta dos operadores, de manter o controle da manutenção até 2010, coincide com o fim de mandato do governador Roberto Requião (PMDB).

Dragagem

A Appa voltou a afirmar ontem que a dragagem no Canal da Galheta, que dá acesso aos Portos de Paranaguá e Antonina, será realizada ainda este ano. Não há previsão para a operação, no entanto, que depende de licitação. De acordo com o almirante Gérson Ravanelli, diretor de Portos e Costas da Marinha do Brasil, em audiência pública na Câmara dos Deputados na terça-feira, a navegação no canal será impraticável a partir de 2008, se nada for feito. O canal está sem dragagem permanente há dois anos.

Na mesma audiência, o diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Fernando Fialho, disse que falta de dragagem é um problema crônico dos portos brasileiros e que o governo federal vai agir para reverter esse quadro. A preferência da Appa é por realizar uma licitação internacional, modelo discutido durante visita de Fialho ao Porto de Paranaguá, em abril.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]