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O ministro do Planejamento da Argentina, Julio De Vido, nomeado pela presidente Cristina Kirchner interventor na petroleira YPF, apresentou nesta sexta-feira (20) ao governo brasileiro proposta para a Petrobras dobrar - de cerca de 8% para 15%- sua participação no mercado de produção, processamento de petróleo e distribuição no país vizinho.

O Brasil se comprometeu a analisar a ampliação de investimentos. Em troca, porém, pediu segurança jurídica para evitar que aconteça à estatal brasileira problema semelhante ao ocorrido com a espanhola Repsol. A empresa espanhola está sob intervenção do governo argentino desde a última segunda-feira e tramita no Congresso projeto de lei para sua expropriação.

"Nossa intenção é investirmos o máximo na Argentina, seja porque é um bom negócio para a Petrobras, seja porque é do interesse argentino", afirmou o ministro de Minas e Energia brasileiro, Edison Lobão, que recebeu De Vido em Brasília nesta sexta-feira.

No fim da tarde, os dois se reuniram com Dilma Rousseff no gabinete da presidente. De Vido se encontrou antes com a presidente da Petrobras, Graça Foster.Segundo Lobão, o governo fará "tudo o que puder" para ampliar os investimentos no país vizinho. O Brasil investiu US$ 500 milhões (R$ 940 milhões) em 2011, mesma projeção para 2012. Lobão não citou quanto o Brasil teria que investir para cumprir a proposta argentina.

O ministro voltou a usar hoje o discurso de que a recente nacionalização da petroleira YPF não abala em nada as relações da Petrobras na Argentina."Nós confiamos nas nossas relações com a Argentina. São relações sólidas."Questionado se não haveria chance de a Argentina colocar em risco as atividades da Petrobras, Lobão falou: "Como aconteceria esse risco, se a Argentina está pedindo para a Petrobras ampliar sua atuação?"

De Vido disse que quer estreitar relações com a Petrobras e que a empresa brasileira será um modelo para a YPF, já que se trata da primeira petroleira estatal da América Latina."[A YPF] Será uma sociedade anônima com controle estatal muito parecido com o que acontece com a Petrobras. A presidente argentina mencionou o exemplo da Petrobras", disse o argentino.

Ele negou a intenção de convidar a Petrobras para ocupar o lugar da espanhola Repsol na sociedade da YPF, mas disse que deseja fazer "negócios juntos".Segundo o ministro argentino, suas próximas conversas sobre investimento serão com as americanas Chevron e Exxon e a chinesa Sinopec.

Sobre o cancelamento da concessão de exploração do poço da Petrobras na província de Neuquén, no Sul da Argentina, De Vido disse que as negociações com as autoridades locais estão avançadas no sentido de reverter o cancelamento. "Falamos pela manhã com o governador e as negociações estão muito bem encaminhadas", disse.

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