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Eric Shmidt, presidente do Google, na apresentação do Chrome OS: semana de muitas novidades | Beck Diefenbach/Reuters
Eric Shmidt, presidente do Google, na apresentação do Chrome OS: semana de muitas novidades| Foto: Beck Diefenbach/Reuters

Chrome OS

Novo fôlego para os netbooks

O Chrome OS, sistema operacional que o Google vinha prometendo desde o ano passado e que teve detalhes revelados esta semana, pode dar um novo ânimo aos netbooks, aparelhos cuja principal vocação é dar acesso à internet.

Esses aparelhos se caracterizam por uma variedade muito pequena de recursos embarcados. A memória é pouca, a capacidade de armazenamento é a menor possível. O usuário do netbook deveria usá-lo para acessar a rede, e só. Mas você sabe como é: o Windows exige um pouco mais do processador, ele ocupa muito espaço de HD... Assim, o conceito foi se desvirtuando.

O Chrome OS retoma tudo isso. Foi construído para ser leve e exigir pouco da máquina. Todo o resto é executado na nuvem, usando serviços hospedados na internet – de preferência no próprio Google, como não poderia deixar de ser. Uma máquina como essa exigiria pouco do processador, que poderia ser mais simples e consumir menos energia, o que significaria uma bateria mais duradoura.

Se vai funcionar? Ano que vem a gente descobre.

Em resumo

Lançamentos do Google incluem novidades em smartphones, sistemas operacionais e em e-books.

Nexus S

-Nova geração smartphones desen­vol­vidos pela empresa, agora em parceria com a Samsung (o modelo anterior, Nexus One, tinha a parceria da HTC).

-É o primeiro aparelho a sair de fábrica com chip para pagamentos, capaz de substituir o cartão de crédito.

-Chega às lojas dos EUA na quinta-feira e deve ser lançado no Brasil no primeiro trimestre de 2011.

-Principal concorrente: iPho­­ne, smartphone da Apple.

Android 2.3

-Apelidado de Gingerbread, é o sistema operacional do Nexus S e vai equipar outros smartphones a partir do ano que vem.

-É mais rápido que as versões anteriores e tem suporte a ligações via internet (tipo Skype).

-Gerencia melhor os aplicativos, o que resulta em economia de bateria.

-Principal concorrente: iOS, sistema operacional usado no iPhone e no iPad.

Chrome OS

-Sistema operacional para netbooks e, talvez, para tablets.

-Exige um mínimo de recursos em­­barcados no aparelho, ro­­dan­­­do aplicações e armazenando dados em serviços via internet (é a "com­­putação em nuvem").

-Principal concorrente: Microsoft Windows 7

Google Books

-Livraria virtual da empresa, lançada na semana passada, mas, por enquanto, restrita a usuários dos Estados Unidos.

-Tem, segundo o próprio Google, um acervo de mais de 3 milhões de títulos, muitos deles gratuitos.

-O usuário não baixa a obra para sua máquina, mas adquire uma licença para ler on-line.

-Pode ser lida em readers de diversas marcas.

-Principal concorrente: Amazon, dona do Kindle.

  • Sacolas com o nome do Google em um evento da empresa na Alemanha: batendo de frente com Amazon
  • Sundar Pichai, diretor de desenvolvimento de produtos Chrome: sistema deve dar novo fôlego aos netbooks
  • O Nexus S.

Foi uma semana e tanto para o pessoal de Mountain View. A cidade californiana, no coração do Vale do Silício, abriga a sede do Google, que teve pelo menos três grandes novidades nos últimos dias: o celular Nexus S, que está sendo fabricado em parceria com a Samsung; a apresentação oficial do Chrome, sistema operacional para aparelhos como netbooks; e a livraria virtual Google Books, resultado de meses de negociação com editoras dos EUA e de outros países. Os lançamentos contrapõem a empresa a marcas líderes em seus segmentos, como o Microsoft Windows, o Apple iPhone e o Amazon Kindle.

O lançamento do Nexus S foi o que chamou mais atenção. É a segunda vez que a companhia se arrisca no segmento de hardware – a primeira foi com o antecessor do aparelho, denominado Nexus One. A experiência foi ruim: o Nexus One vendeu muito pouco, embora tenha sido bastante ba­­dalado pela imprensa especializada. Uma das críticas era a forma de venda, diretamente com o Google, via internet. Desta vez foi diferente. Os aparelhos estarão à venda a partir da quinta-feira na rede Best Buy, por US$ 529, desbloqueados e sem contrato, ou por US$ 199, com contrato de dois anos com a operadora T-Mobile. O novo aparelho tem mais memória interna (16 GB), câmera de 5 megapixels com flash e processador de 1 GHz.

O Nexus One não deu as caras no Brasil (a não ser por uns poucos usuários que compraram o seu lá fora), mas seu sucessor não deve demorar. Alexandre Hoha­gen, presidente do Google Brasil, afirmou em um encontro com jor­­nalistas que o aparelho será vendido no país ainda no primeiro trimestre de 2011.

O coração do aparelho é o sistema operacional Android 2.3, conhecido pelo apelido de Gin­gerbread, também desenvolvido pelo Google. As funcionalidades anunciadas foram bem recebidas pelos usuários, e o sucesso das versões anteriores demonstra como ele tem sido bem recebido. De acordo com a revista americana Fortune, a cada dia 300 mil aparelhos com Android têm sido ativados por dia no mundo.

Já o Chrome OS, esperado há meses, foi apresentado como um piloto, mas deve chegar aos consumidores na metade do ano que vem. Ele é baseado no navegador do Google – o Chrome – e na ideia de computação em nu­­vem. Ou seja, o usuário poderá acessar seus dados de qualquer computador que tenha o software instalado, e não apenas do seu próprio. Por isso, como não há uma série de programas instalados, a promessa do Google é que os computadores com o sistema co­­mecem a funcionar muito mais rapidamente. A empresa negocia nos EUA acordo com Ve­­rizon para que os usuários te­­nham acesso à internet sem fio grátis. Os laptops com o novo sistema, porém, só começarão a ser vendidos na metade de 2011, fa­­bricados pela Samsung e pela Acer. Na apresentação, o Google mostrou um protótipo do laptop, mas ele será usado apenas por algumas empresas, além de usuários selecionados nos EUA para fazer testes.

Anti-Kindle

A livraria virtual lançada pelo Google (está em books.google.com, mas com acesso total ainda estrito a usuários dos Estados Unidos) começa com mais de 3 milhões de títulos digitais, in­­cluindo vários gratuitos. Ela entra num mercado dominado há anos pela Amazon, dona do leitor digital Kindle. "Acreditamos que será a maior loja de livros digitais do mundo", afirmou Jeannie Hornung, porta-voz do Google. Os livros podem ser baixados de qualquer computador com acesso à internet ou através de aplicativos em aparelhos portáteis, entre eles os telefones que funcionam com o sistema operacional Android, concebido pela Google, e os iPhones da Apple. Vários leitores eletrônicos – em particular os fabricados pela Sony –, poderão ler estes títulos. De fora, mesmo, só o Kindle.

Celular: não saia de casa sem ele

O telefone celular pode se tornar em breve um tíquete para ser utilizado em qualquer sistema de transportes no mundo, graças a um grupo de empresas que quer transformar os smartphones em cartões de débito direto. Uma aliança entre Inside Secure e outras companhias europeias de tecnologia tem o objetivo de tornar essa ideia realidade. "É o próximo grande passo", disse Char­­les Walton, diretor de operações da empresa, com sede na França.

Walton disse que chips incorporados ao telefone podem en­­viar dados de transações financeiras a leitores instalados em má­­quinas verificadoras de pagamentos, mostradores comerciais e muito mais. "O poder desse ti­­po de transação é fundamental pa­­ra próxima onda de dispositivos móveis. O potencial comercial pa­­ra a Apple, Google, Yahoo e AT&T é muito importante", disse.

Os Nexus S, do Google, já ca­­minha nesse sentido. Os aparelhos terão um chip que converte o aparelho em uma carteira virtual. "Você terá estes telefones móveis que serão capazes de fa­­zer comércio", disse o chefe-executivo da Google, Eric Schmidt, ao adiantar no mês passado o que seria o Nexus S, na cúpula 2.0 em San Francisco. "Final­men­­te, substituir os cartões de crédito", disse, explicando sua função.

Os chips NFC (de "near-field communications", ou seja "co­­mu­­nicação em campo próximo") armazenam dados pessoais que podem ser transmitidos aos leitores ao apoiar o aparelho em uma base. O chefe de Research In Motion, fabricante do Black­Berry, disse na cúpula: "Seríamos tontos se não tivéssemos um chip NFC em um produto em curto prazo, e não somos tontos". Especialistas na indústria do chip esperam que o fluxo de telefones celulares equipados com sistema de pagamento no próximo ano no mercado seja de 40 a 50 milhões.

AFP

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