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A queda e a desaceleração de preços, respectivamente, em alimentos in natura (de 6,58% para -5,83%) e em material para manufatura (de 1,64% para 0,32%) no atacado levaram à taxa menos intensa do Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10), de setembro para outubro (de 0,35% para 0,10%). A avaliação foi feita nesta sexta pelo coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros. Esse cenário derrubou a inflação no atacado no período, de 0,46% para 0,09%. O setor foi o que mais contribuiu para a taxa menor do IGP-10, entre os três pesquisados pela fundação.

De acordo com Quadros, no caso dos alimentos in natura, houve fortes mudanças nas trajetórias de preços do tomate (de 50,05% para -20,27%), do mamão da amazônia - papaia (de 38,88% para -23 47%) e dos ovos (de -0,41% para -7,84%). "Essa fonte de desaceleração nos preços do atacado não vai se renovar. É possível que os preços dos alimentos in natura não exerçam o mesmo tipo de influência no mês que vem", comentou, reiterando que o comportamento de preços dos in natura é, normalmente, volátil.

No caso dos preços de material para manufatura, que são basicamente insumos para indústria, houve desaceleração e queda de preços em alumina calcinada (de -2,76% para -7,19%), barras, perfis e vergalhões de cobre e de ligas de cobre (de 6,68% para -0,76%), eteno (de 11% para 2,01%) e polietileno de alta densidade (de 1,65% para -2,33%). "Praticamente toda a cadeia petroquímica está em um movimento de descompressão de preços" , comentou o especialista. "Mas não quer dizer que eles vão entrar em uma fase, uma tendência de queda, e sim que subiram muito de preço no passado, e agora estas elevações começam a sofrer alguns ajustes", afirmou.

Quadros explicou que, de uma maneira geral, ocorre um movimento de recuperação de preços dos insumos industriais no exterior e no mercado doméstico. Isso porque a economia brasileira, assim como as economias de outros países, também está acompanhando a retomada mundial. No caso brasileiro, ocorre ainda um movimento de apreciação cambial. Ou seja, os preços de produtos industriais que são relacionados à cotação do dólar sofrem influência do câmbio mais baixo, o que provoca um efeito de atenuação na alta dos preços industriais no mercado doméstico - e, em alguns casos, até mesmo de queda de preços.

O efeito da soja também contribuiu para a desaceleração de preços no atacado. O preço do produto saiu de uma elevação de 0 75% para uma deflação de 2,41%, de setembro para outubro. Quadros explicou que há boas notícias na oferta de soja tanto no mercado doméstico como no exterior, o que levou às perspectivas de melhor oferta do produto, conduzindo a uma queda de preço do item.

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