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A construção de um novo estacionamento está entre as obras que já começaram | Antônio Costa / Gazeta do Povo
A construção de um novo estacionamento está entre as obras que já começaram| Foto: Antônio Costa / Gazeta do Povo

Terminal maior estará defasado em 2014

O estudo do Ipea afirma que o setor aéreo "continua sendo planejado com o olho no espelho retrovisor em vez de se preparar para 40 anos à frente". Prova disso é que, quando ficar pronta a ampliação do terminal de passageiros do Afonso Pena, em 2014, sua nova capacidade será menor que a demanda projetada.

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Nove aeroportos não estarão prontos no Mundial

Tendo como perspectiva um cenário de crescimento médio da demanda de 10% ao ano até 2014, o levantamento do Ipea estima que no ano da Copa do Mundo mais de 151 milhões de passageiros devem circular por 13 aeroportos – os das 12 cidades-sede do Mundial e o de Viracopos, em Campinas.

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  • Confira o plano de investimentos da Infraero para a Copa de 2014

A terceira pista do aeroporto internacional Afonso Pena ficará pronta para a Copa do Mundo. Mas somente para a de 2018, que será na Rússia, porque o projeto foi excluído do pacote de investimentos previstos para os aeroportos com vistas ao Mundial de 2014, no Brasil. Além disso, a cada dia cresce a possibilidade de que parte das obras confirmadas para o terminal não fique pronta a tempo do início do torneio. A ampliação do terminal de passageiros, por exemplo, ainda não tem nem o projeto básico contratado.

Até recentemente, a Infraero – estatal responsável pela administração dos aeroportos – afirmava que o Afonso Pena receberia cerca de R$ 370 milhões, mas esse recurso foi reduzido em mais de 80%, para R$ 72 milhões. A informação consta do estudo "Aeroportos no Brasil: investimentos recentes, perspectivas e preocupações", divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Segundo o levantamento, que coloca Curitiba como uma das cidades com maior capacidade de término das obras no aeroporto até 2014, os terminais de 9 das 12 cidades-sede não terão suas ampliações prontas antes do evento.

As obras previstas para o Afonso Pena são a recuperação do pavimento das pistas e a ampliação do pátio de aeronaves, do terminal de cargas e de passageiros e do estacionamento. Segundo o Ipea, os empreendimentos estão em fase de licitação e devem demandar mais três anos e meio para serem concluídos. Porém o próprio Ipea ressalva que elas "apresentam condições de estarem prontas em junho de 2014, se tudo tudo der certo e se começarem em janeiro de 2011" – e a maioria delas não foi iniciada até agora (veja quadro). Por enquanto, só estão sendo tocadas as obras do terminal de cargas e do estacionamento.

Apesar das situação crítica dos aeroportos do país, o Ipea demonstrou algum otimismo. "Deve-se ressaltar que este estudo considera que as obras em pistas, pátios e módulos provisórios nos aeroportos têm, ainda, tempo hábil para serem concluídas até o evento de 2014."

Terceira pista

Incluídos no Programa de Aceleração do Crescimento 2 (PAC 2), os cerca de R$ 300 milhões referentes à construção de uma nova pista para o Afonso Pena ainda estão programados. Mas a previsão de conclusão da obra agora é 2018.

Segundo o secretário especial para Assuntos da Copa em Curitiba, Mário Celso Cunha, os recursos disponíveis atualmente para o Afonso Pena não chegam a R$ 100 milhões. "O restante do dinheiro, necessário para a construção da nova pista, está previsto no PAC 2, mas programado para 2018. Não é o ideal, tendo em vista que virão pela frente a Copa das Confederações, a Copa do Mundo e a Olimpíada. Esta­mos lutando para antecipar essa obra", salienta. Sobre a instalação do equipamento que permite decolagens e pousos em condições climáticas ruins (ILS 3), ele estima que o instrumento estará operando já em 2013.

A senadora Gleisi Hoffmann (PT), por sua vez, é categórica em afirmar que a nova pista não sai antes do Mundial. "Não adianta enganar a sociedade. A questão é que o estado não fez a parte dele. É uma obra grande, não sai antes de 2018. Se na época do PAC 1 o governo estadual tivesse realizado os estudos de desapropriação, hoje estaríamos começando a obra. Este não foi um problema da União", diz. A senadora explica que para começarem a serem feitas as análises para a construção da nova pista, é necessário que o governo estadual desaproprie os terrenos no entorno do aeroporto.

Desapropriações

A assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Infraes­trutura e Logística informou que cerca de 300 propriedades serão desapropriadas em São José dos Pinhais. De acordo com a secretaria, atualmente técnicos estão concluindo os estudos para começar a desapropriação, que deve custar de R$ 80 milhões – o problema é que, de acordo com Mário Celso Cunha, o estado dispõe hoje de apenas R$ 10 milhões para esse fim.

Para o coordenador do Con­selho Temático de Infraestrutura da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Paulo Ceschin, a ausência da nova pista do aeroporto não deve causar grandes impactos aos passageiros que usarão o Afonso Pena em 2014. Quem deve continuar sentindo os efeitos de não ter uma terceira pista, por mais sete anos, será a economia paranaense.

"Hoje, 90% das exportações do Paraná por via aérea saem por Campinas. Além do aumento do custo para se chegar pelas rodovias, o aumento do tempo é um problema, já que as exportações podem levar até 15 dias para se concluírem", afirma Ceschin. Para tentar agilizar as obras e conseguir mais recursos para o Afonso Pena, o governador Beto Richa solicitou uma reunião com o secretario nacional de Aviação Civil, Wagner Bitten­court de Oliveira, marcada para o dia 26.

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