O governo australiano deve anunciar já no começo desta semana mais uma série de medidas de estímulo em resposta à crise econômica global, que, segundo alertou nesta segunda-feira o primeiro-ministro Kevin Rudd, pode reduzir a arrecadação do governo em 115 bilhões de dólares australianos (US$ 72,691 bilhões) nos próximos quatro anos.
O governo revelará os detalhes do déficit público, juntamente com os dados revisados do crescimento da economia, num comunicado financeiro aos congressistas, possivelmente já nesta terça-feira, quando o Parlamento retorna do recesso de verão.
A enorme queda na arrecadação consolidou a expectativa de outro grande corte na taxa de juros pelo Reserve Bank of Australia (RBA, banco central australiano) nesta terça-feira. Tal expectativa se justifica porque a capacidade do governo para estimular a economia com grandes pacotes de gastos deve ser limitada pelo crescimento da dívida pública.
O RBA deve realizar outro corte de 1 ponto porcentual em sua taxa básica de juros, para 3,25%, com alguns traders sugerindo que a taxa pode chegar a cerca de 2,5% no curto prazo.
Em meio a um cenário de dados econômicos cada vez mais sombrios e de redução nas projeções de crescimento para a Austrália, Rudd garantiu que governo continua preparado para "tomar qualquer medida que for necessária" para impulsionar a economia.
Apesar do risco de deteriorar ainda mais as contas do governo - causando o que seria o primeiro déficit orçamentário desde o ano fiscal encerrado em junho de 2002 - o primeiro-ministro indicou que os custos de não agir são ainda piores.
"A gravidade dos desafios econômicos que a Austrália enfrenta significa que não há absolutamente nenhum espaço para ficar em cima do muro neste debate", afirmou Rudd. "Nosso curso de ação é claro: este governo vai intervir... E o faremos de forma tão decisiva para apoiar os empregos e o crescimento no futuro", declarou.
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