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Brasília – Não bastassem a crise financeira e as incertezas que cercam seu destino, a Varig provocou ontem pela manhã momentos de apreensão por causa de uma falha mecânica em um dos trens de pouso de um avião tipo MD 11 durante a descida no Aeroporto Juscelino Kubitschek, em Brasília. Um dos três equipamentos que servem para baixar as rodas falhou no instante do pouso, mas o avião, com 108 passageiros a bordo, não teve dificuldade para pousar.

O problema provocou atrasos de mais de uma hora em oito vôos que chegavam e 11 vôos que partiam da cidade pela manhã. Dois vôos foram redirecionados para Goiânia e os outros sobrevoaram por cerca de 20 minutos a capital até serem autorizados a descer. Isso foi necessário, segundo informações da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), porque em situações como essa o procedimento padrão é a interdição na pista para que os técnicos verifiquem se não houve desprendimento de peças do avião e façam a limpeza de óleo que possa ter sujado o local. Além disso, a aeronave teve de ser removida do local, pois não poderia mais seguir viagem.

O vôo da Varig, de número 2004, deixou o Rio de Janeiro às 8h40 com destino a Manaus (AM) e apresentou a falha ao fazer a escala em Brasília às 10h15. Dos mais de cem passageiros, os 45 que seguiriam para Manaus foram acomodados em vôos de outras companhias. Segundo a Varig, nem a tripulação nem os clientes sentiram qualquer problema no momento do pouso.

Em nota, a Varig informou que a falha foi provocada pela "quebra do suporte de fixação das rodas" e, por isso, um conjunto de pneus se desprendeu no momento do pouso. A aeronave permaneceu no hangar do aeroporto para a troca da peça e investigação das causas do problema, tarefas que estão a cargo dos técnicos da Varig Engenharia e Manutenção (VEM). A direção da Varig fez questão de frisar que o trem de pouso não falhou por falta de manutenção, pois ainda faltavam 1.159 dias para a inspeção do equipamento, seguindo o plano de manutenção aprovado pelos órgãos reguladores do setor.

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou que também realizará uma investigação técnica, mas afirmou em nota ter "convicção da qualidade dos trabalhos de manutenção da Varig". Para a agência, o episódio não passou de um "incidente" porque não registrou vítimas nem danos materiais graves. A Anac também afirmou que a Varig cumpriu todas as regras de segurança e de atendimento aos passageiros e destacou que "esse tipo de incidente poderia ter ocorrido com qualquer outra companhia aérea".

Cobrança

Ao longo do dia, a situação de desgaste da companhia ganhou novo episódio quando o presidente da Infraero, José Carlos Pereira, afirmou que a partir de segunda ou terça-feira vai exigir da Varig repasse à estatal, até o horário da hora do vôo, do valor cobrado dos passageiros referentes à taxa de embarque, em torno de R$ 800 ou R$ 900 por vôo, ou o avião não decolará.

"O que está havendo é apropriação indébita de recursos", declarou o brigadeiro. Ele disse que já encaminhou carta comunicando sua decisão à Varig e ao Ministério Público.

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