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Presidente do Banco do Japão, Haruhiko Kuroda , explica medidas. | TOSHIFUMI KITAMURA/AFP
Presidente do Banco do Japão, Haruhiko Kuroda , explica medidas.| Foto: TOSHIFUMI KITAMURA/AFP

O Banco do Japão (BoJ) surpreendeu ao anunciar nesta sexta-feira (29) a adoção de taxas negativas de juros para tentar estimular a inflação e, ao mesmo tempo, adiou a data limite para alcançar a meta de uma alta dos preços de 2%.

O banco central nipônico estabeleceu a taxa de depósitos a um dia em -0,1%, uma ferramenta que consiste em penalizar os bancos pouco inclinados a realizar empréstimos. Em tese, a redução deve estimular o crédito e, portanto, a atividade econômica.

A medida, adotada por cinco votos a favor contra quatro, entrará em vigor em 16 de fevereiro e pode ser ampliada “se for considerado necessário”, afirma o BoJ em um comunicado.

Em junho de 2014, o Banco Central Europeu (BCE) se tornou o primeiro grande banco central do mundo a testar taxas negativas, imitando assim a política adotada por outros BCs menores, como os da Dinamarca ou Suíça.

O comitê de política monetária do BoJ também confirmou o programa de compra de ativos, de 80 trilhões de ienes por ano (US$ 670 bilhões), que permanece inalterado desde outubro de 2014.

O banco central explicou que decidiu acelerar as medidas pela “volatilidade dos mercados financeiros mundiais, em um contexto de queda contínua dos preços do petróleo e de incerteza nos países emergentes e exportadores de matérias-primas, particularmente na China”.

A recuperação no país continua frágil. De acordo com os índices publicados nesta sexta-feira, a inflação foi praticamente nula em dezembro (+0,1%), o consumo residencial acelerou o retrocesso (-4,4% em ritmo anual), assim como a produção industrial (-1,4% na comparação com o mês anterior).

Depois de um início promissor, os efeitos da política de estímulo do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, perderam vigor e as críticas aumentaram a respeito das reformas estruturais consideradas insuficientes.

Como peça chave da estratégia chamada de “Abenomics”, o BoJ reformulou profundamente em abril de 2013 a política monetária, ao estabelecer a meta de inflação de 2% com um vasto programa de “expansão qualitativa e quantitativa” (QQE).

O BoJ anunciou que espera alcançar o objetivo entre abril e setembro de 2017. Até o momento, o prazo estava fixado para o semestre anterior, mas a queda contínua das cotações do petróleo não deu trégua.

A instituição também reduziu a previsão de inflação para o período de abril de 2016 a março de 2017, de 1,4% a 0,8%.

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