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As economias latino-americanas experimentarão uma desaceleração nos próximos dois anos, especialmente pela menor capacidade de expansão na Argentina e Venezuela, enquanto o Brasil deve manter um desempenho praticamente estável, disse hoje o Banco Mundial (BM).

Em seu relatório anual sobre as previsões econômicas mundiais, a instituição afirmou que a região encerrará este ano com crescimento de 5%, dois décimos acima do previsto pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) em setembro.

Segundo o BM, o índice, alto para os parâmetros históricos latino-americanos, diminuirá para 4,2% em 2007 e 4% em 2008. As taxas continuam abaixo da média dos países em desenvolvimento, que devem crescer 7% este ano, 6,4% em 2007 e 6,1% em 2008.

O FMI, cuja previsão para 2007 coincide com a do Banco Mundial, não divulgou números para 2008.

A principal causa da desaceleração na América Latina é a moderação do crescimento na Argentina e Venezuela.

Também haverá desaquecimentos no México, Peru e Colômbia, embora em menor medida. Por outro lado, o Chile se recuperará, e no Brasil e na Bolívia, o ritmo econômico continuará estável.

O relatório explica que a região se beneficiou de um panorama internacional propício, mas afirma que as condições mudarão.

O Banco Mundial prevê uma queda dos preços das matérias-primas exportadas pela América Latina e uma menor demanda de seus produtos nos Estados Unidos.

Além disso, o aumento de produção encontrará gargalos na infra-estrutura e na capacidade produtiva das fábricas.

O desaquecimento será sentido especialmente na Argentina e Venezuela, países que reagiram com vigor a recentes crises, mas cujas taxas "extremamente altas" de crescimento são "insustentáveis", analisou o Banco Mundial.

Este ano, o aumento no Produto Interno Bruto (PIB) argentino será de 7,6%, mas este índice deverá cair para 5,6% em 2007 e 4% em 2008, devido à previsível alta nos juros e a um arrefecimento do investimento devido aos altos custos de produção, segundo o Banco Mundial.

A Venezuela passará de um crescimento de 8,5%, este ano, para 6%, em 2007, e 5,5%, em 2008.

O Banco Mundial constatou uma redução da produção de energia devido ao corte nos investimentos da estatal Petróleos de Venezuela SA (PDVSA) e das empresas privadas, assustadas com a atitude "antinegócios" do Governo de Hugo Chávez e com os altos impostos.

A redução dos investimentos continuará, enquanto os gastos públicos, que cresceram 14% ao ano nos últimos anos, também se moderarão de acordo com o relatório.

De acordo com o Banco Mundial, a inflação supera 10% ao ano e constitui um problema tanto na Argentina como na Venezuela.

O Governo de Buenos Aires respondeu com restrições à exportação de carne bovina e outras pressões sobre os empresários para conter a alta de preços, mas esta política reduziu o investimento e o fornecimento, segundo o Banco Mundial.

A República Dominicana, embora tenha superado com força sua crise em 2003, é outro país com inflação preocupante.

No México, o crescimento cairá dos 4,5% previstos para este ano para 3,5% em 2007 e 2008, como conseqüência da diminuição da demanda nos Estados Unidos, cuja economia está em processo de desaceleração.

O Brasil será menos prejudicado pelo arrefecimento nos Estados Unidos, porque exporta mais para a Ásia, que seguirá com suas taxas de crescimento estratosférico.

Além disso, uma previsível redução dos juros no país deve provocar um aumento do investimento em 2007, segundo o Banco Mundial.

O organismo prevê que o PIB do país crescerá 3,5% este ano, 3,4% em 2007 e 3,8% em 2008.

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