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Mais de 1 mil bancários foram demitidos em São Paulo e Osasco nos últimos três meses, segundo cálculos do sindicato da região. O movimento começou pelos bancos pequenos, mas, nas últimas semanas, se estendeu para alguns maiores.

O caso mais recente é o do Banco Safra, o nono maior do País pelo critério de ativos, que, na sexta-feira, dispensou cerca de 200 funcionários, de acordo com fontes consultadas pelo jornal O Estado de S. Paulo.

A assessoria da instituição não informou quantas pessoas perderam o emprego, mas disse que as demissões não fogem ao padrão.

A área mais atingida foi a de crédito, que sofreu um duro golpe após o agravamento da crise financeira internacional, em meados de setembro. A maior parte das linhas externas que financiavam empresas e bancos brasileiros foi cortada de lá para cá. Em conseqüência, os empréstimos em segmentos como o de automóveis rarearam. A demanda também caiu por causa da piora da crise, que levou os brasileiros a ficarem mais cautelosos com o futuro.

Segundo o Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região, entre setembro e meados de novembro houve 774 demissões, o que representa um aumento de 133% em relação a igual período do ano passado.

Se for acrescentado o Safra, o número sobe para quase 1 mil. Há, ainda, profissionais que não precisaram passar pela homologação no sindicato, pois tinham menos de um ano de casa. A região de abrangência do sindicato tem cerca de 120 mil bancários, 20 mil deles empregados em instituições de porte médio - as mais afetadas pela escassez de crédito externo.

O presidente do sindicato, Luiz Claudio Marcolino, reuniu-se ontem com parlamentares, em Brasília, para tratar do assunto. Segundo ele, os trabalhadores propuseram mudanças na Medida Provisória 443, editada em outubro para abrandar os efeitos da crise no sistema financeiro brasileiro. O texto permite, entre outras coisas, que Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal comprem participações em outras instituições.

"Queremos que a MP inclua alguma contrapartida que garanta o emprego durante um período", disse Marcolino.

"Não se trata de estabilidade ad aeternum, mas de evitar demissões em um momento de crise."

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