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Os principais bancos privados brasileiros elogiaram nesta segunda-feira (21) a atuação do governo brasileiro para reduzir o custo dos juros no país, embora tenham alertado principalmente para a inadimplência. Executivos do Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Santander e Bradesco participaram de um painel do setor bancário durante o Rio Investors Day, no Copacabana Palace. Dois deles, Santander e Itaú, anunciaram no mesmo dia redução de juros e de taxas de administração cobradas de fundos.

O diretor executivo do Bradesco, Luiz Carlos Angelotti, afirmou que o governo está correto ao desejar o "spread" (diferença entre o custo de captação e empréstimo dos bancos) menor. Segundo ele, o banco busca oferecer financiamento a taxas menores e anunciaram dois pacotes nas últimas semanas.

"Quanto a estruturas, é preciso ir se ajustando, como a inadimplência. E outras questões precisam ser resolvidas (sobre o spread) para um maior benefício", explicou Angelotti, sem entrar em detalhes, para quem a inadimplência deve ficar em 4,2% no primeiro semestre e que deve desacelerar para 3,9% ao fim do ano.

O diretor Corporativo de Controladoria do Itaú Unibanco, Rogério Calderón, disse concordar com a visão do governo de "buscar antecipar o movimento natural (de queda de juros), com o corte da taxa Selic". "Taxa de juros menores é desejável. O que o governo tem feito é louvável e antecipa uma tendência clara nesse sentido. Só a precocidade de fazê-lo é que, às vezes, não corresponde a realidade de cada um", disse Calderón. "Mas é possível fazer algo para além dos bancos. Tem a questão da inadimplência. Com crescimento econômico e estabilidade, aos poucos o spread será desonerado".

Osvaldo Cervi, gerente-geral do private banking do Banco do Brasil, disse que existe espaço para a queda dos juros e que a atração de novos consumidores ao mercado de crédito compensaria uma redução do spread. "O consumidor tem pouco conhecimento financeiro e isso é uma restrição importante", disse Cervi. Quando perguntado pelo moderador do painel sobre se haveria espaço para redução da carga tributária sobre os financiamentos, o que foi motivo de polêmica entre governos e bancos, o diretor-executivo do Bradesco esquivou-se: "Questão tributária cabe ao governo. É ele quem precisa decidir", disse Angelotti.

O vice-presidente executivo do Santander, Carlos Alberto López Galán, disse, no entanto, que o Chile seria um exemplo a ser seguido: os juros são baixos e a rentabilidade dos bancos é elevada, segundo ele. Um das razões para isso seria a carga tributária menor.

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