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Brasília - O ciclo de cortes na taxa de juros chegou ao fim e o Banco Central passa agora a ficar mais atento ao comportamento dos preços. Esses são dois indicativos tirados da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), divulgada ontem. O documento informa que parte da diretoria do chegou a cogitar a possibilidade de interromper na semana passada o processo de redução de juros iniciado em janeiro.

No dia 23, o BC reduziu a taxa básica de juros (Selic) de 9,25% ao ano para 8,75% ao ano. No início do ano, estava em 13,75% ao ano. Apesar de alguns diretores defenderem que haveria argumentos técnicos para manter a Selic inalterada, os integrantes do Copom acabaram sendo unânimes na decisão pelo corte, designado como "residual".

"Apesar de alguns membros do Comitê entenderem que haveria respaldo para a possibilidade de manter inalterada a taxa básica de juros já nesta reunião, houve consenso de que o balanço dos riscos para a trajetória da inflação ainda justificaria estímulo monetário residual", diz o documento.

Na ata, a instituição também diz que deve adotar agora uma política mais "cautelosa" em relação à taxa básica de juros para assegurar que a inflação permaneça dentro da meta. As previsões para 2009 subiram em relação aos números do início de junho. A instituição não divulga suas projeções, mas diz que elas estão "ao redor" da meta de 4,5%.

Os diretores do BC também chamaram atenção para o fato de que o governo lançou estímulos fiscais que começam a ter efeito sobre a economia real e que pesam na decisão de acabar com os cortes na Selic. "Os efeitos desses estímulos devem ser cuidadosamente monitorados", diz a ata.

Energia

No relatório da última reunião, o Copom aumentou a previsão de reajuste das tarifas de energia elétrica para 2009 de 4,7% para 5%. Em relação a outras tarifas, o BC manteve inalteradas as previsões de reajuste da gasolina e do gás (0%) e da telefonia fixa (5%).

Apesar de ter aumentado as previsões de inflação para o IPCA (índice oficial que é utilizado como meta para o BC), o Copom reduziu a previsão de reajuste das tarifas neste ano.

A projeção para os preços administrados caiu de 4,8% para 4,5% em 2009 e de 4,5% para 4,3% em 2010.

Retomada

Para os diretores do BC, a oscilação do mercado financeiro verificada nas últimas semanas mostra que a recuperação da economia mundial ainda é permanece "frágil" e sujeita a "reversões". "Nesse ambiente, seguem sendo registrados sinais de redução na aversão ao risco, mas o retorno da confiança permanece frágil e sujeito a reversões", diz o Copom na ata.

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