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O Banco Central divulgou nesta terça-feira (21), pela primeira vez, as suas estimativas para o comportamento das contas externas em 2011. De acordo com a autoridade monetária, o déficit em transações correntes, um dos principais indicadores do setor externo brasileiro, deverá somar US$ 60 bilhões no próximo ano, o equivalente a 2,78% do Produto Interno Bruto (PIB).

Caso o valor seja confirmado, este será o maior déficit desde 1947 para um ano fechado. Até o momento, o maior déficit em conta corrente foi registrado em 1998 (US$ 33,4 bilhões), de acordo com o BC. Para 2010, a estimativa do Banco Central de déficit em transações correntes foi mantido estável em US$ 49 bilhões, ou 2,49% do PIB.

Resultado do crescimento econômicoA expectativa de deterioração das contas externas está relacionada com o crescimento da economia brasileira, que eleva a expectativa de importações e piora o resultado comercial. A previsão de superávit da balança, que subiu de US$ 13 bilhões para US$ 15 bilhões em 2010, recuou para US$ 10 bilhões em 2011, informou o BC.

O BC também estima uma elevação no volume de remessas de lucros e dividendos das empresas ao exterior - também em consequência do crescimento da economia brasileira. Com as empresas lucrando mais, há expectativa de que as remessas de lucros ao exterior subam. Para este ano, a previsão do BC de remessas de lucros foi mantida em US$ 32 bilhões. E, para 2011, a previsão do BC subiu para US$ 36 bilhões.

Outro efeito é o aumento dos gastos de turistas brasileiros no exterior, fator que também piora as contas externas. A previsão do BC de resultado negativo neste segmento subiu de US$ 8 bilhões para US$ 10 bilhões neste ano e, para 2011, a estimativa avançou mais ainda: para US$ 11,5 bilhões.

Piora nas condições de financiamentoAo mesmo tempo em que prevê déficits progressivos nas contas externas, o BC informa que os investimentos estrangeiros diretos não devem ser suficientes para cobrir o rombo neste ano e, também, em 2011. Para 2010, quando é previsto um déficit em transações correntes de US$ 49 bilhões, a previsão de ingresso de investimentos estrangeiros diretos caiu de US$ 38 bilhões para US$ 30 bilhões.

Para o próximo ano, quando há expectativa do "rombo" histórico de US$ 60 bilhões nas contas externas, a previsão de entrada de investimentos estrangeiros diretos é de US$ 45 bilhões - volume também insuficiente para cobrir o resultado negativo.

Isso quer dizer que o país precisará se apoiar mais na entrada de capitais para aplicações financeiras (renda fixa e bolsa de valores), considerados mais instáveis, pois podem sair a qualquer momento, ou pegar empréstimos no exterior, para fechar a conta.

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