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Veja a repercussão da nova queda da taxa Selic

Logo após o anúncio do Copom sobre a redução da taxa Selic para 7,25% ao ano, várias entidades sindicais e econômicas comentaram a decisão.

A Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) avaliam que a redução é uma decisão importante para estimular a economia nacional, principalmente a indústria. Leia mais.

Já a Força Sindical criticou o ritmo da redução. "O Copom, do Banco Central (BC), chega neste final de ano praticando a política a conta-gotas, reduzindo aos poucos a taxa Selic", cita a nota. Leia mais.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) avalia que os juros em 7,25% ao ano representam "coerência com a recuperação da economia". O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, afirmou que o Banco Central "acertou" e citou que a decisão ocorre "num cenário de economia mundial fraca, com baixo crescimento e muita incerteza". Leia mais.

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) anunciou nesta quarta-feira (10) a redução de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros, a Selic. Com a decisão, a taxa caiu de 7,5% para 7,25% ao ano e bate o quarto recorde consecutivo de baixa -o menor patamar da série histórica iniciada em 1986. Este é o décimo corte seguido da Selic, em uma trajetória de declínio que teve início há mais de um ano -em agosto de 2011, quando foi reduzida de 12,5% para 12%.

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Desde então, o BC tem decidido pela redução de 0,5 ponto percentual a cada nova reunião, com exceção da decisão tomada em março, quando o Copom cortou 0,75 ponto percentual, e da reunião desta quarta-feira. O corte contraria a estimativa do último relatório Focus, feito pelo BC a partir de consultas a instituições financeiras. Nesta semana, a previsão divulgada era de que a Selic deve terminar 2012 com a taxa em 7,50%. No entanto, as projeções de analistas apontavam para uma queda de 0,25%.

Essa falta de consenso nas previsões reflete o dilema que o BC enfrenta. Com a inflação dando sinais de alta, o desafio é não estourar a meta do governo, de 4,5% (com teto de 6,5%), em um cenário de alta dos preços, mas com a atividade baixa e precisando de estímulos ao consumo. A taxa de juros é um dos principais instrumentos de controle dos preços no país. Em tese, baixando os juros, estimula-se o consumo em razão do alívio no preço dos produtos e serviços.

No acumulado dos 12 meses, encerrados em setembro, a inflação soma alta de 5,28%. Para Claudemir Galvani, professor de Economia da PUC-SP e diretor da Metha Consultoria, a decisão do Copom ocorreu como o mercado esperava.

"Ainda há espaço para que a Selic caia a 0,5%. Mas, tendo em vista que a inflação subiu em setembro, o BC evita dar a cara para bater e fez uma redução mais tímida de 0,25%. A decisão do comitê, neste momento, deve ter levado em consideração a repercussão da imprensa e do mercado, por isso cortaram menos", afirma Galvani. Poupança

Com a redução da taxa básica de juros, a Selic, para 7,25%, anunciada hoje pelo Banco Central, o rendimento das novas poupanças volta a cair a partir de amanhã devido a nova regra para o investimento, anunciada em maio.

A medida determina que com a taxa básica de juros abaixo de 8,5%, um gatilho será acionado e as novas cadernetas de poupança e novos depósitos terão seus rendimentos calculados com base em 70% da Selic, acrescidos da TR (Taxa Referencial, que não muda).

Com a Selic a 7%, a poupança terá rendimento de 5,07% ao ano mais a TR. Ou seja, uma poupança de R$ 10 mil renderia, pelo menos, R$ 507,5 após 12 meses. Para depósitos antigos (feitos até dia 3 de maio) nada muda, ou seja, o rendimento continua sendo de 0,5% ao mês (6,17% ao ano) mais a TR. O mesmo ocorre para novos depósitos quando a Selic for superior a 8,5%.

Para que os poupadores saibam quanto vão ganhar na caderneta quando as novas regras forem usadas, o governo definiu que o cliente será informado, na data do depósito, de qual será o rendimento creditado 30 dias depois. Os bancos já estão informando separadamente os rendimentos.

Para antecipar o ganho que terá 30 dias depois, o poupador deverá sempre considerar a Selic vigente no dia em que ele efetuou o depósito.

Votação

A decisão do Copom foi sem viés, porém a decisão não foi unânime. Foram 5 votos a favor da queda e 3 votos pela manutenção da taxa Selic em 7,50% ao ano. Votaram pela redução o presidente do BC, Alexandre Tombini, e os diretores Aldo Luiz Mendes, Altamir Lopes, Luiz Awazu Pereira da Silva e Luiz Edson Feltrim. Votaram pela manutenção da taxa Selic em 7,50% ao ano os diretores Anthero de Moraes Meirelles, Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo e Sidnei Corrêa Marques.

As condições internacionais adversas influenciaram a decisão do colegiado, de reduzir o ritmo de corte: "Considerando o balanço de riscos para a inflação, a recuperação da atividade doméstica e a complexidade que envolve o ambiente internacional, o Comitê entende que a estabilidade das condições monetárias por um período de tempo suficientemente prolongado é a estratégia mais adequada para garantir a convergência da inflação para a meta, ainda que de forma não linear", afirmaram os membros do Copom ao fim da reunião.

A primeira redução da taxa básica de juros, a Selic, no governo Dilma se deu em agosto do ano passado, quando a taxa passou de 12,5% ao ano para 12% ao ano. Desde então, a autoridade monetária vinha promovendo cortes iguais ou superiores a meio ponto percentual. No início da atual gestão, a Selic estava em 11,25% ao ano e chegou a bater 12,5% ao ano após quatro altas consecutivas.

O presidente do BC, Alexandre Tombini, saiu da reunião do Copom direto para Tóquio, onde participa da reunião do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial (Bird) que começou na segunda-feira (9).

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