O governo deve anunciar hoje novas medidas para tentar reduzir o "spread" bancário no país. O spread é a diferença entre o custo de captação dos recursos pelos bancos e as taxas que eles cobram nos empréstimos. Segundo o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, um grupo de trabalho formado por representantes do BC e do Ministério da Fazenda tem estudado o assunto nas últimas semanas e algumas propostas serão levadas ainda hoje para aprovação do Conselho Monetário Nacional (CMN).
A informação foi dada por Meirelles durante audiência pública realizada na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. Questionado mais tarde por jornalistas, porém, o presidente do BC não quis dizer quais serão as medidas. "Apenas depois que o Conselho Monetário [Nacional] decidir é que as medidas estarão prontas para serem anunciadas. O que posso assegurar é que o grupo de trabalho está fazendo um esforço muito grande. Não há dúvida de que a questão do spread bancário é um problema importante hoje no Brasil, e resolver isso é uma prioridade do governo."
Segundo o BC, em janeiro o custo médio de um financiamento no país era de 42,4% ao ano, sendo que, desse número, 30,4 pontos porcentuais correspondiam ao "spread".
Jogo de empurra
Com o agravamento da crise financeira, BC e instituições financeiras têm tentando se esquivar da responsabilidade pelo alto custo dos empréstimos bancários. Enquanto os bancos criticam o elevado nível da taxa Selic, o BC responde criticando o alto "spread" bancário.
Durante a audiência, Meirelles citou medidas tomadas recentemente pelo BC para tentar reduzir o "spread", como a publicação, na internet, de um ranking que compara as taxas praticadas pelos bancos, visando estimular a concorrência no setor.
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