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O dólar fechou em queda ante o real nesta sexta-feira (24), influenciado por ingressos de recursos e pela forte desvalorização da moeda norte-americana no exterior, mesmo após o Banco Central voltar a comprar moeda duas vezes no mercado. A divisa norte-americana caiu 0,27%, para 1,7064 real na venda. No mesmo período, o dólar recuava cerca de 0,60% frente a uma cesta de moedas. Durante a manhã, a taxa de câmbio oscilou perto da estabilidade, mas engatou um movimento de queda conforme o dólar ampliava as perdas no mercado internacional, em meio a um ambiente de maior apetite por risco. A desvalorização da moeda norte-americana, que na mínima chegou a 1,7007 real na venda nesta sexta-feira, chamou o BC ao mercado. A autoridade monetária realizou dois leilões de compra de dólares no mercado à vista praticamente seguidos um do outro, que ajudaram a afastar a cotação do nível de 1,70 real, considerado pelo BC como um "piso informal", segundo o mercado. As taxas de corte definidas foram 1,7059 real e 1,7057 real. "A linha da 'guerra cambial' parece estar traçada no nível de 1,70 real no mercado à vista. Não vemos nenhuma clara operação de curto prazo nesses níveis, mas o mercado pode continuar testando o Banco Central e buscaremos uma chance de ficarmos comprados em dólar se isso acontecer", afirmou a equipe de estrategistas do Nomura Securities em e-mail a clientes. Na véspera, a autoridade monetária também havia feito uma intervenção dupla no mercado, comprando dólares nos mercados futuro e à vista. O BC voltou a atuar no mercado no início deste mês, lançando mão ainda de operações no segmento a termo. Apesar da ofensiva da autoridade monetária, alguns especialistas entendem que o BC está apenas enxugando uma sobra de recursos no mercado. "Nada demais. Até porque se ele tivesse atuado forte, o dólar teria passado a subir", afirmou o operador de uma corretora paulista, que pediu anonimato. Para o gerente de câmbio de um banco nacional, o BC tem comprado dólares para conter o aumento da volatilidade do mercado e considera a manutenção dessa estratégia enquanto os fluxos de recursos continuarem mirando o Brasil. "Tem todo um cenário favorável a essas entradas no Brasil. O BC vai continuar comprando, embora eu ache que essas operações apenas limitem uma apreciação do real", afirmou, também pedindo anonimato. Segundo ele, caso o dólar mantenha a atual trajetória de queda, crescem as chances de o governo adotar medidas no âmbito tributário, como o fez no ano passado com os derivativos cambiais. O Brasil tem recebido fortes fluxos de dólares por causa das boas perspectivas econômicas. Só em fevereiro, até o dia 17, o fluxo cambial estava positivo em 6,520 bilhões de dólares, segundo dados do próprio BC.

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