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"O processo de internacionalização é estratégico", diz Marcelo Coppla, diretor de assuntos corporativos da Bematech, fabricante de produtos para automação comercial que nasceu em 1990 dentro de uma incubadora tecnológica em Curitiba. A empresa, que vem investindo forte nos planos de atuação internacional, é uma das quatro empresas brasileiras com potencial para se transformarem em multinacionais globais nos próximos dez anos, de acordo com um estudo divulgado no início de setembro pelo World Economic Fórum (WEF), organização não governamental que reúne as mil maiores empresas globais.

A empresa, que nos últimos anos abriu filiais comerciais nos Estados Unidos, na Argentina e na Alemanha e possui um centro de pesquisa e desenvolvimento em Taiwan, espera elevar, dentro de uma década, a participação das vendas externas a 10% do faturamento. Hoje esse porcentual está em menos de 2% dos negócios. Até mesmo a abertura de uma fábrica na China não está descartada para o futuro. Por enquanto, a fábrica de São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, suporta os planos de expansão com custos competitivos sem a necessidade de novas unidades, segundo Coppla.

A Bematech, que abriu seu capital em abril desse ano, diz que um dos principais desafios de exportar tecnologia é investir na criação de produtos globais. A Bematech tem uma equipe de seis pessoas trabalhando no centro de desenvolvimento em Taipei, em Taiwan, de onde já saíram pelo menos três produtos que ganharam o mercado nos últimos tempos: uma linha de CPUs, outra de leitores de códigos de barras e uma terceira de caixas registradoras. O centro também funciona como uma central de compras de matérias-primas e ferramentais. "Ter um centro na Ásia significa estar em uma região que é referência nesse setor em pesquisa e desenvolvimento", diz.

Coppla informa que, atualmente, o foco da área internacional é ampliar a presença na América Latina. A Bematech quer replicar em outros países a estratégia para o Brasil, com atuação dentro do conceito de one-stop-shop, com a venda de soluções completas de automação comercial (hardware, software e serviços).

A companhia, projeta um crescimento de 30% em 2007, quando deve atingir uma receita líquida de R$ 260 milhões. Com mil funcionários e uma carteira de 350 mil clientes e presente em 1,9 mil revendas no país, a Bematech também quer investir em aquisições para crescer e já anunciou que deve fechar a compra de duas a três empresas no Brasil até o final do ano. Para tanto, vai usar parte dos R$ 274 milhões captados na oferta primária de ações.

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