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O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, alertou nesta segunda-feira os membros do Parlamento para o risco de mergulharem a Itália na crise da dívida que afeta a zona do euro, se aprovarem uma moção de não-confiança no governo, que será levada a plenário na terça-feira.

Se a moção tiver o aval da maioria, Berlusconi poderá ter de deixar o cargo e antecipar as eleições parlamentares.

Falando ao Parlamento na véspera da votação, o primeiro-ministro italiano disse que seu governo manteve a Itália fora da crise, mas a ameaça de instabilidade permanece.

"É uma loucura iniciar um crise (política) sem nenhuma solução previsível", afirmou, em discurso no Senado.

O governo apresentou uma moção de confiança no Senado, no qual está seguro de obter o apoio da maioria. Mas na Câmara Baixa do Parlamento, onde a oposição encaminhou uma moção de não-confiança no governo, a perspectiva é incerta e o resultado pode ser decidido por uma margem de um ou dois votos.

Alguns comentaristas acham possível que Berlusconi consiga 314 votos e a oposição, 313.

O primeiro-ministro deixou de contar com a maioria na Câmara depois que rompeu sua aliança com Gianfranco Fini, que, com um grupo de partidários, deixou o governista partido Povo da Liberdade e formou uma legenda própria de centro-direita.

Num apelo aos mais moderados do campo rebelde, chamados de "pombas", Berlusconi disse nesta segunda-feira que se a moção de não-confiança for derrotada ele incorporará ao governo outras forças do centro e de centro-direita.

As credenciais de Berlusconi como líder foram abaladas este ano por vários escândalos que forçaram três membros do governo a renunciar, pela repercussão de seu envolvimento com mulheres muito jovens e uma crise relacionada à coleta do lixo em Nápoles.

A votação de terça-feira está sendo acompanhada de perto pelo mercado financeiro, que se mantém em alerta por causa da crise das dívidas na zona do euro. Um período prolongado de incerteza ou uma campanha eleitoral que divida a Itália pode direcionar o foco do setor para as delicadas finanças públicas do país.

Apesar de ter uma das dívidas mais pesadas do mundo, de cerca de 120 por cento do PIB, a Itália vem escapando amplamente das turbulências vistas na Grécia e na Irlanda graças ao forte controle dos gastos públicos e a um sistema bancário conservador, que evitou excessos durante o período de aquecimento do mercado.

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