O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse ontem que anunciar antes do fim de março a prorrogação da isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis seria um "tiro no pé". Durante reunião do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Planejamento, em Brasília, o ministro não confirmou nem negou a prorrogação. O prazo para o fim da redução do IPI termina em 31 deste mês.
"Se eu soubesse também não ia dizer, porque essa é uma medida que fica a cargo do Ministério da Fazenda e também seria um tiro no pé anunciar antes do dia 30 ou 31 de março. Acho que todo mundo entende como funciona isso", disse Bernardo.
Desde o início de março, o Ministério da Fazenda vem evitando comentar se a isenção do IPI sobre automóveis será prorrogada por mais três meses, uma vez que o anúncio pode frustrar as vendas de março. O temor é que o consumidor adie a sua compra sabendo que terá mais tempo para adquirir um veículo novo mais barato.
O Ministério da Fazenda estimou que a desoneração temporária do IPI para automóveis durante três meses vai significar uma renúncia fiscal de cerca de R$ 1 bilhão. O anúncio oficial só deve ser feito no final do mês, mas especialistas no setor dão como certa a manutenção do incentivo.
No início de março, o jornal Folha de S. Paulo relatou que a decisão já havia sido tomada dentro do governo. No mesmo dia, o ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, divulgou uma nota em que negava a informação. Mais tarde, ele disse que poderia negociar a continuidade do benefício, em troca de algum compromisso das montadoras para a manutenção dos empregos no setor.
Nas últimas semanas, executivos das principais montadoras instaladas no país deram declarações em que ressaltavam a necessidade de se manter a isenção para que não haja queda nas vendas. O presidente da Volkswagen, Thomas Schmall, por exemplo, afirmou que a redução no imposto é "mandatória". Schmall previu que o setor terá uma retração de 5% nas vendas em 2009, isso levando em conta uma extensão do IPI reduzido.
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