O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse nesta terça-feira (15) que a proposta de Orçamento da União para 2010 não contempla a arrecadação de imposto sobre os rendimentos das aplicações em poupança acima de R$ 50 mil. A proposta deve ser encaminhada esta semana pelo governo ao Congresso. "Não computamos. Não vi nenhuma estimativa sobre essa receita, mas deve ser pouco", afirmou Bernardo.
Ele lembrou que o número de cadernetas de poupança com aplicações acima de R$ 50 mil é pequeno. O ministro acredita que não haverá problema político para a votação da proposta. "Se for justo, por que não? A poupança vai continuar com todas as garantias que tem", afirmou. "Nós achamos que vamos ganhar a eleição (em 2010). Mas a oposição também acha. Então, vamos discutir a proposta se for melhor para o País", disse o ministro ao chegar à reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), que se encontra nesta terça-feira (15), extraordinariamente, em Brasília, para avaliar as medidas de combate à crise financeira global.
Paulo Bernardo argumentou que é preciso pensar o País no médio e longo prazo. Para ele, as taxas de juros continuarão caindo. "Talvez não em 2010, mas no próximo governo teremos taxa real de 2,5%", previu.
O ministro acredita que o projeto de taxação da poupança, da forma como será enviado ao Congresso, deve resolver a distorção dos rendimentos da caderneta, em relação aos demais fundos de investimento. "Resolve com a realidade que está hoje. A tendência é de redução dos juros. Temos a inflação controlada, os fundamentos macroeconômicos são muito bons, voltaremos a ter um superávit primário maior em 2010 e a dívida está caindo. Temos que pensar o País daqui a quatro, cinco anos", disse. Segundo ele, se precisar, novas alterações em relação ao rendimento da poupança podem ser feitas no futuro.
Ao ser indagado se o governo apoiará a proposta de criação da Contribuição Social para a Saúde (CSS), Bernardo disse que o governo não vai propor e não vai assumir essa conta. "O Temporão (ministro da Saúde, José Temporão) está fazendo a luta dele, e nós respeitamos", disse.
-
Exclusivo: AGU de Lula prepara pedido de suspensão ou dissolução do X
-
Vetos de Lula: Congresso deve derrubar saidinhas, mas governo ainda negocia Emendas de Comissão
-
Pagamento de precatórios “turbina” economia e faz banco elevar projeção para o PIB
-
Pacheco reforça que descriminalização de drogas não cabe ao Judiciário
Pagamento de precatórios “turbina” economia e faz banco elevar projeção para o PIB
Lula critica pressão por corte de gastos e defende expansão do crédito
Com problemas de caixa, estados sobem ICMS e pressionam ainda mais a inflação
Mercado já trabalha com expectativa de mais juros e inflação maior em 2024 e 2025
Deixe sua opinião