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O presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, afirmou que o banco de fomento mapeou investimentos de R$ 1,5 trilhão para os próximos quatro anos, de 2008 a 2011, puxados principalmente pelos setores de infra-estrutura e construção. Segundo ele, se foram somados a esta previsão os investimentos estimados pelas pequenas empresas o valor total sobe para R$ 2,4 trilhões.

Coutinho acredita que não há razões para que a crise internacional comprometa os investimentos no Brasil. Segundo ele o crescimento da economia deverá continuar sustentando esse ciclo de investimentos. Coutinho trabalha com expectativa de desaceleração do crescimento econômico, mas acredita que o Produto Interno Bruto (PIB) do País poderá registrar expansão acima de 4% em 2009. "Não há razão para imaginar que a economia brasileira tenha de passar por uma crise ou recessão mais acentuada", disse. "Acredito que seja plausível a economia desacelerar, mas sustentando um ciclo de crescimento com taxas mais baixas, porém satisfatórias.

Segundo Coutinho, há muitos projetos em curso na área de infra-estrutura, com alta taxa de retorno e demanda, entre eles a ferrovia Norte-Sul e a Transnordestina, que devem ter imenso impacto sobre o potencial de agronegócios. Ele citou também investimentos na área de energia, como nas usinas do Rio Madeira e de Belo Monte, que, na sua opinião, atrairão grande interesse da iniciativa privada. "São projetos sólidos, que não serão afetados", afirmou.

Disponibilidade

Coutinho, afirmou nesta segunda-feira que o banco de fomento tem disponibilidade suficiente para atender a demanda por financiamento do setor privado até o primeiro semestre de 2009. Ele ressaltou que a União acabou de aprovar um empréstimo de R$ 15 bilhões para o BNDES, o que dá "certa tranqüilidade" para a instituição.

O presidente do BNDES reiterou que a previsão de desembolso para 2008 deve ficar na casa de R$ 85 bilhões em 2008. Ele evitou abordar, no entanto, o total previsto para 2009. "É cedo para falar sobre a disponibilidade de empréstimos em 2009", afirmou.

"O banco tem recursos para iniciar o ano de 2009 com tranqüilidade. Agora começamos a nos preocupar com a segunda metade do ano que vem e 2010", disse. Segundo Coutinho, o banco tem feito discussões a respeito da obtenção de fontes complementares para atender a demanda da segunda metade de 2009 e 2010.

Coutinho afirmou que não acredita na possibilidade de ocorrer uma corrida de empresários ao banco, em razão da restrição de crédito privado por conta da crise financeira internacional. "Esse cenário não existe. Os projetos de investimento que o banco financia resultam de decisão maduras e que exigem avaliação de risco e projeções de mercado", disse. "Esses projetos são fruto de cálculos econômicos sólidos", destacou.

Segundo Coutinho, o BNDES espera atender na "medida do possível e com racionalidade" a carteira de intenção de financiamentos. "Não vamos financiar qualquer coisa a qualquer custo", afirmou ele, que participou hoje de evento em São Paulo promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Ele reiterou que o setor de infra-estrutura é prioridade para o banco.

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