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O enfraquecimento da economia brasileira e o desempenho negativo de ações de importantes companhias, como bancos e a mineradora Vale, pressionaram o principal índice da Bolsa brasileira jnesta sexta-feira (17), que fechou em queda pelo segundo dia. O Ibovespa caiu 1,04%, a 49.181 pontos. Com este desempenho, o índice acumulou perda de 1,04% na semana.

"A queda da Bolsa hoje foi motivada pelo conjunto da obra: indicadores positivos nos EUA, que levantaram temor de corte mais rápido do estímulo naquele país, somados ao cenário de deterioração da economia brasileira", diz Raphael Figueredo, analista da Clear Corretora. "A tendência segue de baixa para o mercado. Acredito que o Ibovespa vai buscar os 48.900 pontos", acrescenta.

As ações mais negociadas da mineradora Vale, que representam mais de 8% do Ibovespa, cederam 0,89%, a R$ 30,02. Os bancos também colaboraram para a perda do índice. O Banco do Brasil teve baixa de 2,61%, enquanto o Itaú perdeu 1,96%, o Bradesco teve queda de 0,98% e o Santander, de 1,73%.

As construtoras foram outro destaque negativo, lideradas por Brookfield (-2,83%) e PDG (-2,67%). Segundo analistas, as perspectivas de vendas das construtoras são penalizadas pelo fraco crescimento e pelo cenário atual de aumento nos juros, que encarece os financiamentos imobiliários.O Banco Central divulgou hoje que a economia brasileira não sustentou, em novembro, a tendência de aceleração registrada em outubro do ano passado após o fraco desempenho do terceiro trimestre.

A atividade caiu 0,31% na comparação com o mês anterior. O número é pior do que a expectativa dos analistas. As previsões variavam entre queda de 0,1% a um avanço de 0,2%, baseado no desempenho pouco melhor do varejo no mês.

Apesar disso, a taxa de desocupação da economia brasileira no segundo trimestre de 2013 ficou em 7,4%. O percentual, que mostra o desemprego no país, ficou 0,6 ponto percentual abaixo do verificado no trimestre imediatamente anterior, que registrou taxa de desocupação de 8%. "Há um cenário de cautela com a economia brasileira. Os números divulgados não são bons e a perspectiva é de que não haverá melhora antes da eleição. O risco de um rebaixamento da nota soberana do Brasil também pesa negativamente sobre o mercado", diz Julio Hegedus, economista-chefe da consultoria Lopes Filho.

No exterior, os investidores estiveram atentos a números da economia dos EUA, onde o início de construções de moradias caiu menos que o esperado em dezembro. Além disso, a indústria americana cresceu mais do que o esperado no mês passado, encerrando um forte trimestre no qual todo o setor avançou no ritmo mais rápido em 3 anos e meio.

Os dados positivos que têm sido divulgados nos EUA podem motivar o Fed (banco central americano) a acelerar a retirada do estímulo naquele país, enxugando o volume de recursos disponíveis para investimento nos mercados emergentes, como o Brasil, segundo analistas.

Câmbio

No câmbio, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, fechou em queda de 0,58% em relação ao real, cotado em R$ 2,349 na venda. Na semana, houve desvalorização de 0,74%. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, cedeu 0,84% no dia e 0,80% na semana, a R$ 2,346.

Segundo operadores, a queda refletiu uma perspectiva mais otimista de entrada de dólares no país, ao menos no curto prazo, após grandes companhias terem anunciado captações no exterior, como Petrobras, Santander e Braskem.

Nesta sexta, o Banco Central do Brasil promoveu sua intervenção programada no mercado de câmbio, que ocorre diariamente através da venda de 4 mil contratos de swaps cambiais tradicionais (equivalentes a venda futura de dólares). A operação movimentou US$ 197,9 milhões.

Além da intervenção diária já programada, a autoridade monetária também realizou hoje a segunda etapa da rolagem dos contratos de swaps que vencem em 3 de fevereiro, com a venda de 25.000 papéis.

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