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O otimismo entre os investidores sobre um possível acordo nos Estados Unidos que impeça o país de declarar calote em suas dívidas levou o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, a subir 1,92% hoje, aos 54.170 pontos. O volume financeiro da sessão ficou em R$ 5,8 bilhões, bem abaixo da média diária das negociações, que é de R$ 7,5 bilhões, de acordo com dados da BM&FBovespa.

Uma das explicações para o baixo volume de negociações no dia foi o feriado do Dia de Colombo nos EUA, que fechou os bancos e fez com que os mercados de títulos trabalhassem com volumes reduzidos.

Mas alguns investidores também optaram por manter uma postura cautelosa diante do impasse existente entre os congressistas americanos em torno de um acordo que permita a ampliação do teto da dívida do país. Isso evitaria que os EUA declarassem calote já a partir da próxima quinta-feira, data limite para que se alcance um consenso.

Algumas declarações do presidente Barack Obama e de líderes republicanos e democratas animaram os mercados hoje. Segundo Obama, houve progressos nas negociações sobre o impasse fiscal no Senado.

De acordo com Roberto Indech, responsável pela área de estratégias da Rico, ganha força uma corrente que indica que o orçamento será aprovado até 15 de dezembro, enquanto o teto da dívida seria elevado até 15 de fevereiro. Desta forma, o governo, paralisado parcialmente há três semanas, conseguiria dar andamento a algumas atividades interrompidas desde então. No entanto, encerrados esses prazos, o governo voltaria a travar uma disputa com os republicanos em torno dos dois temas.

Para Indech, dificilmente os congressistas deixarão o país declarar calote das dívidas. "Isso poderia causar o rebaixamento das notas de crédito dos EUA e prejudicar os detentores de títulos americanos, o que afetaria a credibilidade do país", diz.

André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos, segue a mesma linha de raciocínio. "Ninguém trabalha seriamente com a hipótese de calote, mas ganha corpo entre os investidores uma preocupação em torno desse acordo", afirma.A perspectiva é que o acordo seja votado entre amanhã e quarta-feira.

Dólar

O dólar à vista - referência no mercado financeiro - fechou em alta de 0,32%, a R$ 2,186, devido a um boato envolvendo a rolagem de contratos de swap tradicionais - equivalentes à venda de dólar no mercado futuro.

Já o dólar comercial -usado no comércio exterior- encerrou o dia estável, a R$ 2,178.

"A alta foi motivada por notícias que o BC não vai fazer a rolagem dos contratos que vencem em 1º de novembro, no valor de US$ 9 bilhões. Com isso, a contraparte (instituições financeiras que venderiam os contratos ao BC) teriam que rolar os contratos via mercado", diz Guilherme Prado, especialista em câmbio da Fitta DTVM.

Toda vez que o BC vende ou compra um contrato de swap, tem uma contraparte que compra ou vende, respectivamente. Se o Banco Central não rola esse contrato na data prevista para o vencimento, essa contraparte (que pode ser uma instituição financeira, empresa, etc) precisa encontrar um comprador no mercado para não ficar no prejuízo.

Segundo Prado, a moeda diminuiu a valorização após o BC vir a público negar que deixará de rolar esses contratos.

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