A Bolsa brasileira avançou no pregão marcado pela expectativa com a entrega da proposta de reforma da Previdência no Congresso, apesar da continuidade da crise política em torno do agora ex-ministro Gustavo Bebianno. O dólar recuou em linha com o exterior.
O governo de Jair Bolsonaro promete apresentar na manhã desta quarta (20) sua proposta de mudança na aposentadoria. Essa é a principal promessa de campanha do presidente e considerada crucial por investidores para o reequilíbrio das contas públicas e sustentação da Bolsa brasileira no patamar atual.
Foi a expectativa de que o governo conseguirá aprovar uma reforma que trouxe euforia a investidores e conduziu o Ibovespa para perto dos 100 mil pontos.
O Ibovespa, principal índice acionário do país, ganhou 1,19%, a 97.659 pontos. O giro financeiro foi de R$ 15 bilhões. Na véspera, a Bolsa havia recuado com ausência de referência do exterior e volume financeiro reduzido.
Ruídos políticos relacionados a Bolsonaro vinham sendo minimizados por analistas durante janeiro, mas começaram a ser usados como justificativa para explicar a perda de fôlego da Bolsa em fevereiro, após a alta de 10% no primeiro mês do novo governo.
O caso emblemático foi a demora na queda do agora ex-ministro Gustavo Bebianno, aliado de Bolsonaro durante toda a campanha, mas envolvido no escândalo dos candidatos-laranjas do PSL, o partido do presidente.
Nesta terça-feira, investidores ignoraram a divulgação de áudios que comprovam que Bebianno e Bolsonaro conversaram após reportagem da Folha de S.Paulo, o que havia sido negado por Carlos Bolsonaro, filho de Bolsonaro, e pelo próprio presidente, via Twitter. Nas mensagens, Bebianno foi chamado de mentiroso.
Também nesta terça, véspera de apresentação da proposta de reforma, o governo sofreu sua primeira derrota no Congresso, um recado de Rodrigo Maia, presidente da Câmara, contra a demissão de Bebiano. A Câmara derrubou o projeto que alterava a Lei de Acesso à Informação.
Já o vice-presidente Hamilton Mourão afirmou que o governo ainda precisa de 60 a 70 votos para aprovar a reforma da Previdência. No exterior, as Bolsas americanas avançaram, enquanto as europeias operaram sem direção única.
O dólar recuou 0,42%, a R$ 3,716, em linha com o exterior.
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