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| Foto: TIMOTHY A. CLARY/AFP

As bolsas nos Estados Unidos fecharam em queda nesta terça-feira (9) pelo segundo dia seguido. O Dow Jones encerrou em baixa de 0,08%. Assim, nos dois últimos pregões, o recuo chega a 2,42%. O S&P caiu 0,07%, acumulando queda de 3,28% desde segunda-feira. A Nasdaq fechou em baixa de 0,35% e acumula nesta semana tombo de 5,31%.

As bolsas, que seguiram o mau humor dos mercados acionários europeu e asiático, conseguiram recuperar parte das perdas após o Departamento do Trabalho dos EUA ter revelado a abertura de 5,6 milhões de vagas no fim do ano passado. Já as preocupações em torno do setor bancário na Europa e uma desaceleração maior das economias do grupo do euro fizeram as bolsas europeias fechar em queda. Após a produção industrial da Alemanha ter fechado em queda de 1,2% em dezembro, a bolsa de Frankfurt caiu 1,58%. Em Londres, a queda foi de 1%, assim como em Paris (-1,69%) e em Madri (-2,39%). Em Milão, o recuo chegou a 3,21% com o aumento das desconfianças com o setor bancário.

A Bolsa de Atenas também caiu. Depois de cair 8% na segunda-feira, a perda chegou a 2,89% nesta terça-feira. Há incerteza se a Grécia consegue concluir com sucesso uma avaliação com os credores sobre o cumprimentos dos termos do pacote de resgate do país.

“É a incerteza política que está sufocando o mercado”, afirmou Takis Zamanis, da Beta Securities.

Petróleo

O petróleo, no entanto, voltou a ser uma preocupação. A Agência Internacional de Energia (AIE) informou que o excesso de petróleo no mundo continuará pela maior parte de 2016. Isso porque o recuo da produção nos Estados Unidos ainda vai demorar e é pouco provável que a Organização dos Estados Exportadores de Petróleo (Opep) chegue a um acordo com demais produtores para reduzir a produção no mundo. Diante desse cenário, a agência afirma que é difícil esperar uma alta significativa do preço do petróleo frente ao nível atual, embora também não acredite que os preços podem seguir as previsões mais extremas e chegar a US$ 10 o preço do barril. Até o momento, o preço do barril tipo brent está em queda 1,95%, a US$ 30,93.

Pessimismo na Ásia

A Bolsa de Tóquio despencou mais de 5% nesta terça-feira, sua maior queda em quase três anos, e a taxa de juros dos títulos de dez anos da dívida do Japão ficaram abaixo de zero pela primeira vez. O Índice de Nikkei caiu 5,4%, o maior tombo desde meados de 2013, e chegou ao menor nível desde 21 de janeiro. Por causa do Ano Novo Lunar, as bolsas de Xangai e Hong Kong ficaram fechadas.

Com mais incerteza no mercado, aumenta a demanda por títulos de dívida soberana (de governos), que são considerados um investimento seguro. Com isso, aumenta o valor dos títulos e a taxa de juros, que é quanto o papel rende, se reduz. Se a taxa ficou abaixo de zero no Japão, isso significa que quem compra o título receberá menos dinheiro ao fim do prazo de dez anos do que pagou no momento do investimento. Para se ter uma ideia, o juro está em torno de 0,2% na Alemanha e de 1,7% nos Estados Unidos, enquanto na Grécia é de quase 10%, para atrair investidores.

E o ministro das Finanças do Japão, Taro Aso, disse nesta terça-feira que as recentes variações do iene foram “bruscas”, em um alerta aos mercados para que não elevem em demasiado a moeda japonesa e ponham em perigo efeitos positivos das políticas de estímulo econômico do primeiro-ministro Shinzo Abe.

“A temática geral continua a ser a situação bancária na Europa, que deixou em aberto o risco do mercado e lentamente afeta os mercados de créditos”, disse Chad Morganlander, gerente de portfólio na Stifel, Nicolaus & Co, em Nova Jersey.

O desempenho do mercado no Japão refletiu a segunda-feira tumultuada nos mercados mundiais. A Bolsa de Frankfurt fechou no menor patamar em 16 meses, enquanto nos Estados Unidos a queda do índice Nasdaq, de tecnologia, chegou a 3,4%, mas ficou em menos de 2% no fechamento. Há forte preocupação com o setor bancário europeu, incertezas quanto aos rumos da economia mundial e ao desempenho das empresas de tecnologia.

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